Mais uma vez há uma personalidade do sistema que coloca o dedo numa ferida, deforma implacável e sem rodeios. A personalidade é o jornalista Nicolau Santos, director-adjunto do semanário “Expresso” e, desta vez, a ferida é a suspensão do prémio de mérito que vinha a ser atribuído aos melhores alunos do ensino secundário.
Já aqui abordámos esta lamentável decisão, ainda por cima, com todos os laivos de ter sido toma à pressa por muito que Crato afirme o contrário. Tão à pressa que não conseguiu alinhavar uma justificação com alguma credibilidade.
Mas voltemos ao texto de Nicolau Santos que podemos ler na última edição do “Expresso”:
Fim do prémio na educação
“A suspensão do prémio de mérito no valor de €500, que visa que visa distinguir os melhores alunos do ensino secundário, é um corte profundamente estúpido e devastadoramente contraproducente. É profundamente estúpido por 1) a medida custa meio milhão de euros quando o Orçamento do Ministério da Educação é de €6 mil milhões; 2) o Ministério aumentou recentemente o custo das turmas do ensino privado em mais do que esse valor; 3) o Ministério cortou verbas para o programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (escolas situadas em bairros problemáticos e pobres, onde é fundamental distinguir alunos que se constituam como exemplo para os outros).
E é devastadoramente contraproducente porque 1) causa uma enorme frustração nos professores de 400 escolas, em 800 alunos e nos pais, que estavam a dias de celebrar esta cerimónia; 2) leva todos estes jovens a descrerem maia e mais dos políticos e da democracia; 3) e deixa as escolas sem instrumentos para premiar os bons exemplos.
Vir depois o ministro da Educação dizer que não se premeia o mérito com bens pecuniários (esquece-se, por exemplo do Nobel?) e que este valor será para alunos carenciados é só uma desculpa mal amanhada que nos pretende tomar todos por parvos.”
Luís Moleiro
Já aqui abordámos esta lamentável decisão, ainda por cima, com todos os laivos de ter sido toma à pressa por muito que Crato afirme o contrário. Tão à pressa que não conseguiu alinhavar uma justificação com alguma credibilidade.
Mas voltemos ao texto de Nicolau Santos que podemos ler na última edição do “Expresso”:
Fim do prémio na educação
“A suspensão do prémio de mérito no valor de €500, que visa que visa distinguir os melhores alunos do ensino secundário, é um corte profundamente estúpido e devastadoramente contraproducente. É profundamente estúpido por 1) a medida custa meio milhão de euros quando o Orçamento do Ministério da Educação é de €6 mil milhões; 2) o Ministério aumentou recentemente o custo das turmas do ensino privado em mais do que esse valor; 3) o Ministério cortou verbas para o programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (escolas situadas em bairros problemáticos e pobres, onde é fundamental distinguir alunos que se constituam como exemplo para os outros).
E é devastadoramente contraproducente porque 1) causa uma enorme frustração nos professores de 400 escolas, em 800 alunos e nos pais, que estavam a dias de celebrar esta cerimónia; 2) leva todos estes jovens a descrerem maia e mais dos políticos e da democracia; 3) e deixa as escolas sem instrumentos para premiar os bons exemplos.
Vir depois o ministro da Educação dizer que não se premeia o mérito com bens pecuniários (esquece-se, por exemplo do Nobel?) e que este valor será para alunos carenciados é só uma desculpa mal amanhada que nos pretende tomar todos por parvos.”
Luís Moleiro
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