quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TANTA MENTIRA JÁ CHATEIA!

Sócrates ficou conhecido pelos portugueses como um mentiroso compulsivo mas, durante algum tempo, mesmo os mais desconfiados e atentos não deram conta dessa faceta do antigo primeiro-ministro.
O actual chefe do governo, com cara de anjo e falinhas mansas, fez os possíveis por, rapidamente, desdizer todas as promessas que começou a fazer muito antes das eleições de 5 de Junho. Como alguém já afirmou em relação ao futebol, passa a ser válida para muitos actores políticos a ideia de que o que hoje é verdade, amanhã é mentira. Um dos exemplos mais flagrantes desta situação é o que se prende com a introdução das taxas máximas de IVA em produtos, absolutamente, essenciais como a electricidade.
Agora vamos assistir a um brutal aumento do IVA no sector da restauração que passa de 13% para 23%. Para além de constituir mais um assalto ao bolso dos cidadãos vai levar, não restem dúvidas, à falência de muitos estabelecimentos e à perda de milhares e milhares de postos de trabalho.
O texto seguinte é um excerto de um artigo de opinião intitulado “A sopa dos ricos” que acabámos de transcrever do “Diário As beiras” onde se critica de forma veemente a recente medida do governo.

“O IVA é o mais cego dos impostos. Aplicado a produtos, bens e serviços que adquirimos, tanto paga o rico como o pobre. A pouca justiça ainda possível num imposto deste tipo é a criação de taxas reduzidas para produtos e bens essenciais e de taxas intermédias para produtos, bens ou serviços que importa proteger. O leite, o pão, a carne, os cereais, o consumo de electricidade eram vistos como bens e serviços essenciais à vida de todos os cidadãos, extremamente pesados nos orçamentos dos menos abonados, e como tal sujeitos a taxas reduzidas. O sistema, como todo o bom sistema que nasce torto, foi tendo perversões, taxas graciosamente aplicadas a certos produtos, a Coca-Cola é um exemplo. O golfe a que se tem aplicado a taxa reduzida é por ventura para os responsáveis políticos uma actividade desportiva de primeira necessidade que urge incentivar e por isso proteger de custos elevados dada a sua prática frequente pelos mais desprotegidos nos bairros sociais das cidades!
A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está profunda e justamente revoltada. O aumento das taxas de 13% para 23% será uma “chacina” para o sector, denuncia, acrescentando que “é um tiro no pé na receita fiscal”, já que o Estado, segundo as contas da AHRESP, perderá 1450 milhões de euros de receitas fiscais. Além disso o agravamento do IVA, neste sector, levará ao encerramento de 54 mil estabelecimentos e à extinção de 120 mil postos de trabalho!”
(…) (Francisco Queirós)

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