As situações de desemprego/precariedade prolongados, pelo mal-estar que provocam nas pessoas (em especial nos mais velhos), criam sentimentos de insegurança, medo, falta de perspectivas quanto ao futuro, perda de estatuto social, um campo fértil onde entra com facilidade a demagógica propaganda de extrema-direita.
Para Guy Standing, prof. de economia na Universidade de Bath (Inglaterra), nasceu uma nova classe social, os precários. Segundo a revista “Courrier Internacional”, para este professor, “o precariato europeu é composto por três grupos. O primeiro, equiparado ao lúmpen proletariado industrial, é uma minoria, frequentemente criminalizada, inclinada à violência, tal como a que se fez sentir há algumas semanas nas ruas de Londres. O segundo grupo é o dos jovens instruídos, predispostos a terem um trabalho, mas que, na situação actual, não conseguem uma saída, embora continuem a sonhar com um mundo melhor. São estes os jovens que desceram à rua em Madrid.
Mais importante é o terceiro grupo, constituído por trabalhadores mais velhos: ao longo dos anos perderam segurança material e estatuto social. São marginalizados e atribuem a responsabilidade aos estrangeiros. Nesta população reside o terreno mais fértil para ser aliciada pelos populistas como Marine Le Pen em França ou Geert Wilders na Holanda, adverte o referido economista”.
O pior é que as políticas económicas recessivas que estão a ser levadas a cabo na Europa só vão contribuir para o aumento ainda maior do desemprego e da precariedade. Assim vamos de mal a pior.
Luís Moleiro
Para Guy Standing, prof. de economia na Universidade de Bath (Inglaterra), nasceu uma nova classe social, os precários. Segundo a revista “Courrier Internacional”, para este professor, “o precariato europeu é composto por três grupos. O primeiro, equiparado ao lúmpen proletariado industrial, é uma minoria, frequentemente criminalizada, inclinada à violência, tal como a que se fez sentir há algumas semanas nas ruas de Londres. O segundo grupo é o dos jovens instruídos, predispostos a terem um trabalho, mas que, na situação actual, não conseguem uma saída, embora continuem a sonhar com um mundo melhor. São estes os jovens que desceram à rua em Madrid.
Mais importante é o terceiro grupo, constituído por trabalhadores mais velhos: ao longo dos anos perderam segurança material e estatuto social. São marginalizados e atribuem a responsabilidade aos estrangeiros. Nesta população reside o terreno mais fértil para ser aliciada pelos populistas como Marine Le Pen em França ou Geert Wilders na Holanda, adverte o referido economista”.
O pior é que as políticas económicas recessivas que estão a ser levadas a cabo na Europa só vão contribuir para o aumento ainda maior do desemprego e da precariedade. Assim vamos de mal a pior.
Luís Moleiro
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