quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ARRASADOR

Num artigo de opinião que assina na edição impressa do “Público” de hoje, Santana Castilho (SC) arrasa Nuno Crato a partir da entrevista que o Ministro da Educação concedeu àquele jornal no dia 31 de Outubro último.
Até faz pena constatar a vacuidade de ideias de um ministro que caminha em plano inclinado para a sua total inutilidade. Segundo Castilho, na dita entrevista o próprio Crato reconhece a sua impreparação para o cargo ao confessar que era inconsciente quando criticava o anterior governo.
No programa de debate televisivo, onde era figura assídua, sabia exactamente onde se encontravam as maleitas da educação em Portugal e agora, como que atacado por uma estranha amnésia, esqueceu quase tudo.
Depois de quatro meses no ministério que agora dirige, ainda não consegue articular respostas concretas perante questões que necessitam decisões prementes. “ "Estamos a estudar", "estamos a ver", "estamos a identificar", "temos de ver" "temos que pensar" e "vamos ter de repensar" são fragmentos frásicos abundantes na entrevista, que ilustram a vacuidade predominante”.
Para SC,” tirando o desígnio de castrar, despedir e poupar, não há na entrevista a mais ligeira ideia consistente sobre Educação. Perguntado sobre como se vai cumprir a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, responde com profundidade: "Está tudo em aberto". Interrogado sobre a verdadeira grandeza da redução orçamental, riposta com rigor: "Depende do quadro que se leia". Questionado sobre o número de professores estritamente necessário, que antes havia invocado, é preciso: "É um bocado menos do que temos hoje. Não consigo quantificar". Solicitado a esclarecer o objectivo que propõe para um novo modelo de financiamento do ensino superior, que acabara de preconizar, repete-se: "Está tudo em aberto". À insistência dos entrevistadores, que querem conhecer os critérios a incluir no tal modelo, responde filosoficamente: "Vamos pensar nisso". Quando lhe perguntam se já começou a pagar as bolsas de estudo, é negativamente claro: "Ainda não". Quando lhe perguntam se tem ideia de quantos alunos perdem o direito à bolsa, é claro, negativamente: "Ainda não"”.
Para quem tem seguido com alguma atenção a trajectória de Crato no Ministério da Educação constata que as afirmações de Santana Castilho são certeiras já que, desde o início do seu consulado se percebe que o ministro não faz mais que presidir a uma espécie de comissão liquidatária da escola pública em Portugal. A ignorância revelada sobre vários dossiês e a manipulação da realidade só vêm confirmar esta ideia.

Luís Moleiro

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