Como dizia ontem no JN o prestigiado escritor Manuel António Pina “bastou o primeiro-ministro grego anunciar que consultará o povo, através de referendo, sobre as novas e gravosas medidas de austeridade e perda total da soberania orçamental impostas ao país pelos "mercados" e seus comissários políticos em Bruxelas e nos governos de Berlim e Paris para cair a máscara democrática desta gente.” A confirmar esta inquestionável verdade surgiu, de imediato, a chantagem da suspensão de uma nova tranche de ajuda à Grécia assim como do “perdão” de uma parte da sua dívida aos bancos. De salientar que esse “perdão” não corresponde, de facto, a 50% mas, feitas as contas, andará pelos 20%. Mas o que interessa entender é a simultaneidade de posições do capital financeiro e dos “mercados” com os “seus comissários políticos” da UE ainda que o referendo não venha a realizar-se. De qualquer maneira, fica bem patente o desprezo “desta gente” pela vontade livremente expressa pelo povo.
Outra facada na democracia, que também aconteceu por estes dias, tem a ver com a forma como os Estados Unidos e Israel reagiram perante a aprovação por larga maioria do ingresso da Palestina na UNESCO. A retaliação de uns e de outros não se fez esperar. Enquanto os Estados Unidos cortaram o financiamento à UNESCO, Israel retalia com a construção de dois mil novos fogos em Jerusalém e na Cisjordânia e com a congelação da transferência de fundos devidos à Autoridade Palestiniana.
Ainda que as denúncias destes atropelos pouco apareçam na comunicação social, é importante que os mais informados politicamente as difundam pelo maior número possível de pessoas.
Luís Moleiro
Outra facada na democracia, que também aconteceu por estes dias, tem a ver com a forma como os Estados Unidos e Israel reagiram perante a aprovação por larga maioria do ingresso da Palestina na UNESCO. A retaliação de uns e de outros não se fez esperar. Enquanto os Estados Unidos cortaram o financiamento à UNESCO, Israel retalia com a construção de dois mil novos fogos em Jerusalém e na Cisjordânia e com a congelação da transferência de fundos devidos à Autoridade Palestiniana.
Ainda que as denúncias destes atropelos pouco apareçam na comunicação social, é importante que os mais informados politicamente as difundam pelo maior número possível de pessoas.
Luís Moleiro
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