sábado, 5 de novembro de 2011

UM VERDADEIRO ARTISTA

Em diversas ocasiões tomámos conhecimento de fartas referências ao livro do Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira (ASP), “Portugal na Hora da Verdade – Como Vencer a Crise”. Ele constituiria uma espécie de referência para o modo como ASP iria conduzir a sua actuação à frente de uma das pastas mais importantes do Governo. Pois bem, leia-se então o que ele afirma a páginas 511 do citado livro:

“Uma verdadeira reforma da administração pública terá de melhorar o serviço público, não piorá-lo. Uma verdadeira reforma da função pública terá de aumentar o prestígio do emprego público, não diminui-lo. Uma verdadeira reforma do Estado terá de incentivar a auto-estima dos funcionários públicos e fazer com que sejam eles próprios a estimular a mudança de que a nossa administração pública necessita. Finalmente, uma verdadeira e duradoura reforma do nosso Estado não poderá encarar a necessária dieta da administração pública como uma mera poupança de euros e de despesa pública, mas sim como uma oportunidade única para melhorar a eficiência do Estado e, assim, simplificar e auxiliar a vida dos portugueses. É nesse sentido que uma reforma da administração pública tem de ser feita com os funcionários públicos e não contra eles. Porquê? Porque toda e qualquer reforma que seja contra os funcionários públicos, está condenada ao fracasso. E porque, como já disse não são eles os responsáveis pela situação actual, mas sim os nossos governantes.
É verdade que os funcionários públicos têm, em média, remunerações e benefícios sociais um pouco acima dos auferidos no sector privado. No entanto, não só esta situação é comum a quase todos os países mais avançados, como também não podemos fazer dos funcionários públicos os bodes expiatórios da crise. Não são. A culpa do descalabro das finanças públicas nacionais não é dos funcionários públicos, é dos governos.”

Cada um tirará as suas conclusões relativamente à aplicação prática das teorias do ministro. Pela nossa parte cremos que ele levou a cabo uma pequena brincadeira com a nossa inteligência: escreveu muita coisa ao contrário do que tencionava levar a cabo, para fazermos um exercício mental…

Luís Moleiro

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