segunda-feira, 30 de abril de 2012
INTIMIDAÇÃO
CONTRA A INDIFERENÇA
domingo, 29 de abril de 2012
NÃO HÁ APOLÍTICOS
sábado, 28 de abril de 2012
MIGUEL (*)
(*)Texto integral de Daniel Oliveira, hoje no “Expresso”
DEFENDER A FUNÇÃO PÚBLICA
sexta-feira, 27 de abril de 2012
LIVRO "REVOLUÇÃO OU TRANSIÇÃO?"
MAIS UM POSTAL TURÍSTICO DE PORTIMÃO
Rui Barradas
In Jornal Portimão Bloquista
CAMARATE - A CONFISSÃO DE FARINHA SIMÕES
quinta-feira, 26 de abril de 2012
SNS, UMA JÓIA DA COROA
ASSEMBLEIA MUNICIPAL (27 Abril) - MOÇÕES BE
quarta-feira, 25 de abril de 2012
ALERTA POR ABRIL
Festejar ABRIL Sempre
terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
ABRIL NÃO DESARMA
PARA BOM ENTENDEDOR...
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM FRANÇA
domingo, 22 de abril de 2012
DOCUMENTÁRIO "DONOS DE PORTUGAL"
"NOVILÍNGUA" À PORTUGUESA
“Novilíngua” orwelliana
CITAÇÕES
sábado, 21 de abril de 2012
JUSTIÇA SOCIAL, PRECISA-SE!
A forma como foi levada a cabo a campanha designada por ‘Zero de desperdício’ está a levantar algumas críticas. Curiosamente o padrinho desta campanha, o Presidente da República, queixava-se ainda não há muito tempo de mal poder viver com dez mil euros. Ei-lo agora a restaurar a caridade oficial em vez de defender uma verdadeira distribuição da riqueza e uma justiça social a sério.
Mas o que choca mais nesta iniciativa é o “hino humilhante” que lhe está associado, e a cobertura que lhe foi dada por pessoas de quem se esperava uma postura diferente em relação ao respeito que devemos ter pela dignidade daqueles que agora se encontram em situação de necessidade absoluta.
No texto seguinte, melhor do que nós, Daniel Oliveira assume a crítica necessária. (Expresso, 21/4/2012)
OS RESTOS DA DIGNIDADE
COMIDA ESTRAGADA
sexta-feira, 20 de abril de 2012
NÃO SE PODE DESPEJAR UMA IDEIA
A polícia destruiu tudo desde computadores, bicicletas e até brinquedos de crianças. Ontem ficou assim:
"Uma ilha de iniciativa, de partilha, de democracia participativa? Era de mais para Rui Rio. Ateliês de leitura, de música, de teatro, de fotografia?, formação contínua?, apoio educativo?, aulas de línguas?, xadrez?, yoga?, debates?, assembleias? - Intolerável!"Manuel António Pina, JN
quinta-feira, 19 de abril de 2012
DENUNCIAR É PRECISO
POBREZA IDEOLOGIA E AUSTERIDADE
Trabalho desde 1997 na freguesia mais pobre do concelho do Porto. Às terças e quartas vou ao encontro dos moradores do Bairro do Lagarteiro, em Campanhã. Esta ligação e proximidade, o envolvimento na resolução dos seus principais problemas, o compromisso de os politizar e o afecto que sinto por esta gente sofrida devolvem-me alguma legitimidade para falar e escrever sobre a pobreza severa que agora invade estes agregados familiares.
O caminho do empobrecimento, da austeridade, dos cortes cegos nos apoios sociais e do desmantelamento do Estado social desta governação neoliberal de Passos Coelho tem-se reflectido muito no agravamento das condições de subsistência destas famílias. Antes de o FMI ter chegado a Portugal, o Governo de José Sócrates já tinha aberto com delicadeza a porta às decisões políticas subordinadas ao capitalismo. Agora, para fazerem uma refeição de carne, alguns dos meus utentes vão de forma envergonhada ao fim do dia bater à porta do proprietário do talho pedir aparos, carne que, vulgarmente, no Porto, se dá aos cães. Muitas famílias já não conseguem visitar com a mesma regularidade os familiares detidos. Começa a ser frequente pedir à professora para colocar mais comida no prato dos meninos, porque à noite estas crianças não vão ter oportunidade de fazer em casa uma refeição digna. Muitos adolescentes deixaram de viajar com passe dos STCP. As famílias criaram débitos gigantescos à EDP, à Águas do Porto, à câmara municipal, à farmácia, à mercearia. Os doentes pobres não conseguem adquirir os medicamentos prescritos nas receitas médicas. Muitos casais jovens, já com filhos, começam a regressar a casa dos pais, por verem a casa que compraram ser hipotecada pelo banco.
É neste contexto que o Estado deve ter músculo e sensibilidade social para apoiar as famílias mais vulneráveis e desfavorecidas. Mas o que realmente se verifica é a perseguição e a estigmatização dos beneficiários do rendimento social de inserção (RSI). Perante uma situação de emergência social apela-se à caridade e ao assistencialismo, degrada-se a qualidade das respostas sociais, diminui-se o orçamento da Segurança Social e corta-se nos apoios e nas prestações sociais. De acordo com os dados da própria Segurança Social, o número de beneficiários do RSI sofreu um corte e uma quebra de quase 20% e 32 mil famílias perderam o apoio entre Agosto de 2010 e Outubro de 2011.
Cerca de 176 mil crianças deixaram de receber abono de família entre Dezembro de 2010 e Dezembro de 2011. Milhares de jovens perderam o direito à bolsa e há estudantes a abandonar a faculdade. Mais de 40 mil postos de trabalho foram perdidos por mês no último trimestre de 2011.
No que diz respeito à protecção em situação de desemprego, esta política torna-se ainda mais grave e preocupante. Em 2006, cerca de 75% dos desempregados recebiam subsídio de desemprego. Agora, há mais de um milhão e cem mil desempregados e só 27% estão protegidos com subsídio de desemprego. A situação vai agravar-se.
Não há dinheiro nem recursos para proteger os pobres e os desempregados dos efeitos nefastos da crise, mas há dinheiro para o BPN e para recapitalizar a banca. Não há dinheiro para salvar os postos de trabalho da cerâmica de Valadares ou dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas há dinheiro na Caixa Geral de Depósitos para emprestar ao Grupo Melo quando ele decidir comprar a Brisa.
Afinal, o Estado existe. Existe para proteger determinados interesses de classe. O Estado existe para proteger o grande capital dos riscos da especulação financeira. Para dar aos amigos do partido os melhores cargos, carregados de benefícios, privilégios e regalias. O Estado existe para vender ao desbarato as nossas principais empresas públicas. O Estado existe para através das parcerias público-privadas arruinar as contas públicas. O Estado existe para dar porrada nos manifestantes, para calar e despedir jornalistas. O Estado existe para nos mentir. Dizem-nos que a dívida é pública e soberana e nós bem sabemos que a dívida é particular e criada pelos bancos. A narrativa neoliberal diz-nos que as pessoas que passam fome podem esperar, os desempregados podem emigrar, os mais conscientes podem dar um tiro na cabeça.
Os sacrifícios impostos e as mentiras já ultrapassaram todos os limites. A coesão social vai estalar. O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, alerta para o risco de grande colapso social. Já ninguém acredita em inevitabilidades, a vida e a esperança não podem ficar hipotecadas nas decisões do egoísmo capitalista. A luta pode gerar mudança. A ganância dos mercados pode ser travada. A dignidade do ser humano vale muito a pena. É por isso que não desisto das pessoas. (José António Pinto)
quarta-feira, 18 de abril de 2012
FOI HÁ 43 ANOS EM COIMBRA
ONDE IREMOS PARAR?
Se acrescentarmos a isto que o FMI aconselha medidas de redução do défice menos agressivas devido ao impacto negativo que isso provoca nas economias, então, chegamos à conclusão que o grupo de fanáticos que forma o atual Governo é ainda mais extremista que o núcleo duro dos entusiastas do neoliberalismo.
Se não for colocado um travão nesta gente, não sabemos onde iremos parar.
terça-feira, 17 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
FAZ-SE A “ETAR” DE PORTIMÃO OU NÃO?
Cronologia
Para os mais esquecidos, lembro que já em 2004 a ETAR de Portimão estava identificada como um caso preocupante, onde não são respeitados nem cumpridos os parâmetros microbiológicos dos efluentes tratados. A Águas do Algarve já em finais de 2007 anunciava a conclusão do estudo de impacte ambiental tendo como data prevista para o inicio dos trabalhos o principio do ano de 2008. Na sala de imprensa da Câmara Municipal de Portimão, a 13 de Novembro de 2009, vem mencionado de que seria brevemente publicado em “Diário da Republica” o concurso público relativo à construção da nova ETAR e que esta já deveria estar ao serviço em 2012. O inicio dos trabalhos estariam agendados para finais de 2011 ou principio de 2012, mas pelos vistos o que está a atrasar a obra são os atuais procedimentos troikanos!, desculpem, procedimentos concursais e os requisitos ambientais obrigatórios. A 6 de Fevereiro de 2012 vem publicado no jornal Correio da Manhã o seguinte texto, “ Portimão ameaça abandonar o sistema multimunicipal de tratamento de esgotos, gerido pela Águas do Algarve, se não for construída a nova Estação de Tratamento de Águas Residuais e equaciona deixar de pagar os 3 milhões de euros anuais dos caudais mínimos de saneamento.
Bloco de Esquerda de Portimão pergunta se durante estes anos todos, a Câmara de Portimão tem estado a dormir ? E Denuncia que, se as obras da ETAR deveriam ter começado em 2008 e estar em funcionamento em 2012 significa que são quatro anos até estar em funcionamento, significa ainda que se as obras ainda não começaram podemos concluir que Portimão só terá uma nova ETAR em meados de 2017, na melhor das hipóteses. O atraso desta obra não só faz continuar os maus cheiros à entrada de Portimão pela EN125 , como mais uma vez os cidadãos de Portimão ficam prejudicados, visto que esta luta com a Águas do Algarve deveria ter iniciado aquando da primeira falta cometida.
“ Se isto não é uma novela, então o que é ?”
Rui Barradas
OBSERVATÓRIO SOBRE CRISES E ALTERNATIVAS
O Observatório sobre Crises e Alternativas (OCA), que será hoje apresentado em Lisboa, tem como coordenador o ex-lider da CGTP Carvalho da Silva e pretende encontrar “saídas alternativas” da atual crise. “Era importante abrir uma janela na área das crises e das alternativas”, disse à agência Lusa Boaventura Sousa Santos, diretor do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, que promove a iniciativa em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O Observatório sobre Crises e Alternativas deverá contrariar a ideia de que existe uma única solução para a crise, que passa por “mais austeridade” afirmou o sociólogo. “Domina em Portugal, neste momento, um certo pensamento único acerca da leitura da crise, que normalmente se concebe como uma crise sistémica, mas onde Portugal e os portugueses têm uma grande dose de culpa por viverem acima das suas posses, como se ouve frequentemente, disse. “Mas esta política não é a única política possível”, defendeu Boaventura Sousa Santos.
O OCA, coordenado por Manuel Carvalho da Silva, atual responsável do CES em Lisboa, pretende fazer “uma leitura alternativa dos dados” sobre a crise e, ao mesmo tempo, promover “uma análise de conjuntura”, adiantou.
Boaventura Sousa Santos lembrou a importância de “algumas alternativas que são discutidas internacionalmente”, incluindo noutros países da União Europeia, mas que, “muitas vezes não são escutadas, mencionadas ou discutidas” em Portugal. Uma situação que, segundo o diretor do CES, deverá ser ultrapassada pelo Observatório, “usando o conhecimento científico e a experiência internacional e da Europa”, a qual deve ser mais discutida na sociedade portuguesa.
A apresentação pública do OCA, hoje, inclui o lançamento do “Dicionário da Crise”, elaborado por investigadores do CES e uma conferência em que Boaventura Sousa Santos, Manuel Carvalho da Silva e Reymond Torres, diretor do Instituto de Estudos Laborais da OIT.
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BISSAU – MANIFESTAÇÃO DE JOVENS TRAVADA POR MILITARES
Os jovens do Movimento Juvenil para a Paz envergavam um cartaz onde se lia “Não à violência” e uma bandeira branca.
Não houve registo de quaisquer tiros quando os militares desmobilizaram a manifestação, mas um jovem ficou ferido nestes incidentes que aconteceram três dias depois do golpe de um autodenominado Comando Militar.
O Movimento Juvenil para a Paz já anunciou que fará diariamente uma manifestação pela paz em Bissau.
A manifestação decorreu na principal avenida de Bissau, que liga o aeroporto ao centro da cidade, e deveria passar pela Assembleia Nacional Popular e acabar junto da sede das Nações Unidas.
Como se sabe, na passada quinta-feira à noite, um grupo de militares guineenses levou a cabo uma ação golpista que levou à prisão do primeiro-ministro e candidato presidencial Carlos Gomes Júnior bem como do Presidente interino, Raimundo Pereira. Foram ainda ocupados vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau.
domingo, 15 de abril de 2012
TUDO TEM UM LIMITE
Este pequeno texto de Daniel Oliveira que transcrevemos do “Expresso” de sábado (14/4) tem um conteúdo muito forte. Nos povos como nas pessoas, é sempre de esperar o pior quando a humilhação chega a um ponto em que não se tem nada a perder. A partir desse momento tudo pode acontecer. O Governo português, que se está a comportar como mandatário de uma força de ocupação, anda a desafiar a paciência de todos nós ao esticar cada vez mais a corda da agressividade das medidas implacáveis que nos atingem todos os dias, ainda por cima embrulhadas nas mais despudoradas mentiras. Há um limite para tudo, até para a falta de respeito para com os cidadãos.
MORTE NA PRAÇA SINTAGMA
“O Governo alienou qualquer esperança para a minha sobrevivência e não conseguirei qualquer justiça. Não encontro outra forma de luta que não seja um fim digno antes de começar a procurar comida no lixo.” Foi este o bilhete que o farmacêutico reformado deixou, para que fosse lido depois do seu suicídio. E, para quem tivesse dúvidas sobre o sentido político do mais radical dos gestos, matou-se na Praça Sintagma, em frente ao Parlamento grego.
Pode um suicídio, o mais solitário e desesperado ato humano, ter uma leitura política? Do ponto de vista simbólico, claro que sim. Ou seja, só o tem se, para o resto da sociedade, for assim compreendido. Se o desespero individual traduzir, no seu absoluto dramatismo, um desespero coletivo. Não esqueçamos Jan Palach que se imolou na Praça de São Venceslau, transmitiu a sua raiva pela desistência do seu povo em lutar pela sua dignidade e pela sua independência meio ano depois dos tanques russos terem chegado a Praga. Ainda hoje não saberemos que sentimentos pessoais o terão levado a tanto. Mas sabemos que ele se transformou num símbolo incómodo para a ditadura e abalou a consciência dos checos. Porque eles, mesmo não se revendo naquele ato, sabiam bem o que aquilo, no seu trágico simbolismo, queria dizer. Sabem também os gregos. Pela mesma razão: o desprezo por um poder político incapaz de defender a dignidade do povo e a independência da Grécia. O suicídio do reformado foi um gesto pessoal. Provavelmente difícil de compreender. Mas o seu gesto é claro. E obriga a Europa a pensar no que está a fazer aos gregos e se prepara para fazer aos portugueses. Não se brinca com o desespero dos povos. Até os piores ditadores o sabem: podemos humilhar os cidadãos até ao limite em que eles nada tenham a perder. E um suicídio, quando é entendido por esse povo como um gesto político, é apenas o sinal de que tudo pode acontecer. Que se cuidem os coveiros das democracias europeias e do Estado social que conquistámos com grande sacrifício: podem estar eles próprios, a cavar a sua sepultura."
sábado, 14 de abril de 2012
MENTIR, MENTIR, MENTIR
Diga-se em abono da verdade que Nicolau Santos, diretor-adjunto do “Expresso” e especialista em questões de economia, tem denunciado algumas malfeitorias produzidas por este Governo com claro prejuízo para a maioria da população. O texto seguinte foi extraído do artigo de opinião (“Eles mentem mas é para nosso bem”) que esta semana assina no suplemento Economia daquele semanário onde não se exime de afirmar, até de forma irónica, que o Governo anda a mentir, de forma descarada.
“Foi um espetáculo triste aquele que o Governo protagonizou na semana passada ao dar o dito por não dito. E o que tinha sido dito e redito era que o corte dos subsídios de férias e de Natal a trabalhadores da Função Pública, reformados e pensionistas, era uma medida de exceção para vigorar durante dois anos. E dois anos são dois anos, não são três nem quatro, nem quatro e meio. Dois anos são 2012 e 2013, não 2014 e reposição gradual e parcial dos referidos subsídios só em 2015. Não há outra expressão para qualificar o que se passou: o Governo mentiu. O problema é que, provavelmente, num primeiro momento que seria suficiente fazer esses cortes em 2012 e 2013. Mas, com os efeitos da brutal política de austeridade que colocou em prática, ultrapassando o que a troika impunha, o Governo está a deprimir de tal modo a economia que os resultados têm sido 1) aumento exponencial do desemprego; 2) quebra nas contribuições para a segurança social; 3) subida acentuada das reformas antecipadas pedidas por desempregados. Estas razões explicam a derrapagem de €200 milhões no orçamento da Segurança Social.
Por tudo isto, o Governo fez as contas e chegou à conclusão óbvia: ou há uma redução brutal do número de funcionários públicos até 2014, da ordem dos 100 mil, ou então não será possível repor os subsídios de Natal e férias, mantendo os compromissos contemplados no memorando de entendimento para a redução das despesas com pessoal. Ora a redução de pessoal prevista pelo Executivo é de 35 mil funcionários públicos naquele período. Quer dizer, sobre esta matéria, o Governo ainda não mentiu completamente mas já começou a mentir.
É que em 2015 não haverá condições para repor os subsídios agora cortados. E o mais provável é avançar a ideia de Passos Coelho: acabar com os subsídios e dividi-los pelos 12 meses. Mas, claro, que ninguém espere nessa altura um aumento de ordenado de 14%. Será muito menor. Outra mentirinha que está no horizonte.
É neste quadro que surge a ideia de colocar em vigor as rescisões amigáveis de vínculos laborais entre o Estado e os seus funcionários. Fica para saber onde haverá dinheiro para pagar essas rescisões amigáveis. Ou é mentira que não haja?”
sexta-feira, 13 de abril de 2012
CARRASCOS MISERICORDIOSOS
A GRÉCIA NÃO É PORTUGAL!
Já agora, seria interessante que a comunicação social com maior audiência divulgasse mais esta notícia, chamasse alguns comentadores que explicassem aos portugueses por que razão, cá no burgo nada está explicado relativamente a uma situação muito parecida e, principalmente, pedisse um comentário ao ministro Paulo Portas…
Portugal não é a Grécia? Pois não! Parece que lá pode acontecer um ex-governante ir parar à prisão por suspeita de corrupção.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O ALARANJAMENTO DO PS
Significativa também é a posição de Pacheco Pereira em relação ao Pacto Orçamental, como se pode verificar pelo texto seguinte que hoje assina na “Sábado”. Sem margem para dúvidas. O que se diria se esta opinião fosse emitida por um “radical”?...
Pacto Orçamental e álibi do PS
Ainda estou para perceber a posição do PS quanto ao novo tratado internacional que Portugal vai assinar, o chamado Pacto Orçamental. O dito Pacto é um condensado de tudo o que está errado na actual política europeia, seja pela iniciativa, seja pela intenção, seja pelo método e pelo diktat – tudo inaceitável. Mesmo assim vai ser assinado de cruz pelo Governo e, pelos vistos, pelo PS. O caso da assinatura pelo CDS é de outra natureza, é de falta de vergonha e de memória. Mas, no governo, o CDS costuma ser assim. Lucas Pires e Freitas do Amaral devem sentir-se bem vingados.
O PS como partido mais europeísta do que nacional (como cada vez mais é o PSD), foi pioneiro a assinar de cruz tudo o que era imposto a Portugal, culminando nesse grande sucesso de papel que foi o Tratado de Lisboa. O PS e o PSD (e também o CDS…) contribuíram muito para a deslegitimação da UE quando violaram a promessa de levar o último tratado a referendo, impedindo a última oportunidade, mesmo que ténue e desigual, de fazer uma discussão sobre a deriva antieuropeia em nome do upgrade da Europa. Antes e depois de Lisboa, embarcaram em todos os erros de política europeia que prejudicaram, e muito, a posição portuguesa: enfraquecimento da Comissão, fortalecimento do Conselho e do Parlamento, fim do direito de veto, perda de poder dos parlamentos nacionais, caminho para o directório.
Mas, agora, o novo Pacto ainda vai mais longe na desgraça: institucionaliza a divisão na EU, dá aos directórios os instrumentos para expulsar os países “malcomportados” (Grécia e Portugal são os principais alvos) e impõe institucionalmente as políticas alemãs como políticas europeias. No último caso, vai obrigar Portugal a um longo período de recessão e estagnação, e à menorização de estar sempre “intervencionado”.
O PS tem directa e completa responsabilidade em tudo isto, mas agora vai conhecer a suprema humilhação de ir institucionalizar na lei o oposto de tudo o que pensa sobre a economia, a sociedade e o desenvolvimento. Se voltar a governar um dia futuro, terá de fazer a mesma política que o PSD faz hoje, ou então violar o tratado. Pobre PS!
quarta-feira, 11 de abril de 2012
O LADO NEGRO DO CHOCOLATE
O chocolate que consumimos é produzido com o uso de trabalho infantil e tráfico de crianças? O premiado jornalista dinamarquês, Miki Mistrati decide investigar os boatos. Este documentário deixa poucas margens para dúvidas em relação à questão que se levanta.
terça-feira, 10 de abril de 2012
RECORDANDO...
RECORDES, CULPA, MEDO, VERGONHA, DESESPERO, INDIGNAÇÃO, MENTIRAS E MAIS MENTIRAS
O texto seguinte constitui um artigo de opinião do jornalista José Vitor Malheiros (Público, 10/4/2012) cuja qualidade é motivo mais que suficiente para se recomendar a sua leitura. Tema: os dias que estamos a viver.
Recordes e mentiras
Número de desempregados bate recordes. Número de desempregados jovens bate recordes. Número de falências bate recordes. O número de estudantes sem bolsas e a fuga de cérebros batem recordes. A emigração e o regresso de imigrantes aos seus países de origem batem recordes. O número de sem-abrigo e o número de pessoas que pedem ajuda alimentar batem recordes. O número de famílias que não conseguem pagar as suas hipotecas aos bancos e que não conseguem pagar escolas privadas bate recordes. O número de suicídios bate recordes. O aumento das taxas moderadoras e os cortes nos subsídios de desemprego e no rendimento social de inserção batem recordes. Os cortes na participação nos medicamentos batem recordes. O número de desempregados sem direito a subsídio e o número de doentes com cancro que abandonam tratamentos por falta de dinheiro batem recordes.
Estes são alguns dos recordes que o país bateu nos últimos dias. Apenas nos últimos dias e fazendo uma pesquisa superficial na imprensa. Não são todos. São apenas alguns dos que são mais fáceis de medir. Entre os outros recordes, mais subjectivos, que estão a ser batidos de dia para dia, está a perda de confiança dos portugueses no Governo, nos políticos em geral, na política e até na democracia. A perda de confiança nas instituições em geral, da Justiça às instituições europeias, da imprensa às escolas. A perda de confiança nos outros e em si mesmos.
Batemos todos os dias recordes de culpa, de medo e vergonha. Sentimentos de culpa inculcados por responsáveis sem vergonha, que continuam a repetir a ladainha de que "os portugueses viveram acima das suas possibilidades" e de que somos os culpados de todos os males que nos afligem. Medo de perder o emprego, de não ter dinheiro para pagar a hipoteca, o infantário, a electricidade, o gás, a água. Medo de ficar doente e de passar a receber metade do ordenado, sem poder ir ao médico nem comprar medicamentos. Medo de engravidar e de que o contrato não seja renovado. Medo de condenar a família à miséria. De viver à custa dos pais. De viver à custa dos filhos. De acabar a viver na rua. De repente, como acontecia nos filmes dos anos 50, uma tosse pode ser o sinal da catástrofe que se abate sobre uma família. É proibido adoecer.
Vergonha de não ter dinheiro para ir ao café com os colegas, de ter o gás cortado por falta de pagamento, de ter a mensalidade do condomínio atrasada, de não poder comprar ao filho o brinquedo que ele diz que as outras crianças todas têm, de não poder comprar o casaco nos saldos, de não poder ir ao cabeleireiro. Vergonha de deixarmos este país e esta Europa e este mundo aos nossos filhos. Batemos recordes de humilhação. Desconsiderações que se engolem no emprego, remoques que se suportam dos chefes, horas de trabalho não remuneradas roubadas à família, ao descanso, à saúde, submissão aos capatazes que murmuram ameaças veladas. Represálias que se sofrem em silêncio devido a críticas, a reivindicações, a solidariedades, a posições políticas que se tomam e que se começam a lamentar.
Batemos recordes de desespero e de indignação, mas a indignação é cada vez mais fruste e o desespero mais individual. Deixámo-nos levar pela vaga de individualismo consumista e estúpido para nos descobrirmos sozinhos na fila do centro de desemprego. Admiramo-nos de que não haja mais indignação, mais revolta, espantamo-nos com a apatia que vemos nas ruas, escrevemos desabafos no Facebook, assinamos abaixo-assinados e participamos em manifestações e greves mas sentimos que estamos também a bater recordes de resignação, de desistência e de tristeza. Há uma mulher no autocarro ao meu lado que diz que "vivemos acima das nossas possibilidades". Há um velho que acrescenta que "os pobres sempre foram pobres e sempre hão-de ser". Quando digo que não tem de ser assim, olham-me como se fosse um louco. Um agitador.
Como é possível que tantos continuem a acreditar nas mentiras de tão poucos, que tantos continuem dispostos a vender os seus primogénitos para enriquecer os mais ricos dos ricos? Como é possível prescindir do futuro, da liberdade, da democracia, como temos andado a fazer? Apetece-nos emigrar para o Brasil, para a Tunísia, para algum sítio onde ainda pareça possível melhorar alguma coisa, mas a peçonha invadiu o mundo. Nos EUA, na Irlanda ou em Portugal, repete-se que o Serviço Nacional de Saúde não é sustentável, que só há dinheiro para tratar os ricos, que não sobra nada para os pobres.
Como se pode viver? Num mundo de mentiras tão repetidas que parecem verdades, é preciso, pelo menos, denunciar uma de cada vez, para não perder o norte por completo. Por exemplo: é mentira que a inscrição na Constituição de um limite ao défice seja uma "regra de ouro". Essa é uma expressão de propaganda, manipuladora. É uma mentira disfarçada de aforismo sábio. Uma mentira insidiosa. Os jornalistas, ingénuos, repetem-na, seduzidos pela sua concisão. Mas não devem.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
ABAIXO A MENTIRA!
O texto seguinte foi transcrito do “Diário de Coimbra” de ontem e constitui o eco daquilo que muitos de nós pensamos sem sermos capazes de transmitir em palavras tão bem como aqui vai.
Pedro subsídios Coelho!
“Foram dias de pura contra-informação. Ao que parece, Bruxelas disse que os subsídios retirados aos funcionários públicos portugueses não serão repostos nas próximas décadas. O Governo disse que não seria bem assim e, se as coisas correrem bem, lá para 2015, pode haver de novo subsídio de férias e de Natal. O monocórdico ministro das Finanças também meteu alguma lama no ventilador e disse que os subsídios só seriam repostos, quando houvesse uma redução muito significativa do número de funcionários públicos.
Afinal, onde está a verdade? É fácil de descobrir. Está enganosamente distribuída pelas três versões, mas mesmo assim, fica incompleta. Na realidade, os funcionários públicos nunca mais terão os seus dois meses de salário complementar, a menos que haja alterações de fundo, na política portuguesa. A História dos últimos 30 anos ensinou-nos várias coisas. Por exemplo, direitos retirados, jamais serão repostos. Tal como, postos de trabalho suspensos, nunca mais serão reabertos. Na era neoliberal, tudo o que é mau é definitivo. E assim vai acontecer com os subsídios dos trabalhadores do Estado, cuja suspensão já está a passar de medida temporária e de excepção, para uma decisão definitiva. Será melhor acreditarem em mim, do que viverem de ilusões.
E vai haver mais. Deixem apenas passar as eleições francesas e as alemãs, para que seja reposto o regime de semana inglesa, isto é, o fim de semana vai começar apenas no sábado à tarde. Para isso, é preciso que Sarkozy e Merkel se prolonguem no poder. Se isso acontecer, não vai ficar de pé um único direito laboral, dos que foram conseguidos no pós-guerra.
É esta a tendência política, que ninguém consegue travar. Cedo ou tarde, o elogio o elogio de um Primeiro-Ministro vai fazer-se por uma imprensa obediente, nestes termos: “foi ele que teve a coragem de acabar com o Serviço Nacional de Saúde”. Mais: 2enfrentou os professores e acabou com o ensino gratuito”, isto é, com a escola pública. Ou ainda: “aboliu o subsídio de desemprego que só servia para manter malandros sem fazer nada”. E também: “acabou com o subsídio de reintegração social, porque fica mais barato meter essa gente na cadeia”. E numa outra área: “privatizou a Caixa Geral de Depósitos e pôs os dinheiros públicos ao serviço da recapitalização dos bancos”. É para isto que caminhamos.
O mundo, de facto mudou muito. Ainda não há muitos anos, um bom político era aquele que resolvia os problemas do país e das pessoas. Hoje, um bom político é aquele que cria problemas às pessoas, para nada resolver, é aquele que lhes tira o pão da boca. (Sérgio Ferreira Borges)