O Governo PSD/CDS está indubitavelmente marcado com o cunho da mentira. Começou ainda mais cedo do que o anterior e tem características diferentes mas igualmente nefastas para a proliferação da desconfiança e ressentimento entre os políticos e os cidadãos. É tão evidente que não é possível escondê-lo até por parte dos que lhe são mais próximos.
Diga-se em abono da verdade que Nicolau Santos, diretor-adjunto do “Expresso” e especialista em questões de economia, tem denunciado algumas malfeitorias produzidas por este Governo com claro prejuízo para a maioria da população. O texto seguinte foi extraído do artigo de opinião (“Eles mentem mas é para nosso bem”) que esta semana assina no suplemento Economia daquele semanário onde não se exime de afirmar, até de forma irónica, que o Governo anda a mentir, de forma descarada.
“Foi um espetáculo triste aquele que o Governo protagonizou na semana passada ao dar o dito por não dito. E o que tinha sido dito e redito era que o corte dos subsídios de férias e de Natal a trabalhadores da Função Pública, reformados e pensionistas, era uma medida de exceção para vigorar durante dois anos. E dois anos são dois anos, não são três nem quatro, nem quatro e meio. Dois anos são 2012 e 2013, não 2014 e reposição gradual e parcial dos referidos subsídios só em 2015. Não há outra expressão para qualificar o que se passou: o Governo mentiu. O problema é que, provavelmente, num primeiro momento que seria suficiente fazer esses cortes em 2012 e 2013. Mas, com os efeitos da brutal política de austeridade que colocou em prática, ultrapassando o que a troika impunha, o Governo está a deprimir de tal modo a economia que os resultados têm sido 1) aumento exponencial do desemprego; 2) quebra nas contribuições para a segurança social; 3) subida acentuada das reformas antecipadas pedidas por desempregados. Estas razões explicam a derrapagem de €200 milhões no orçamento da Segurança Social.
Por tudo isto, o Governo fez as contas e chegou à conclusão óbvia: ou há uma redução brutal do número de funcionários públicos até 2014, da ordem dos 100 mil, ou então não será possível repor os subsídios de Natal e férias, mantendo os compromissos contemplados no memorando de entendimento para a redução das despesas com pessoal. Ora a redução de pessoal prevista pelo Executivo é de 35 mil funcionários públicos naquele período. Quer dizer, sobre esta matéria, o Governo ainda não mentiu completamente mas já começou a mentir.
É que em 2015 não haverá condições para repor os subsídios agora cortados. E o mais provável é avançar a ideia de Passos Coelho: acabar com os subsídios e dividi-los pelos 12 meses. Mas, claro, que ninguém espere nessa altura um aumento de ordenado de 14%. Será muito menor. Outra mentirinha que está no horizonte.
É neste quadro que surge a ideia de colocar em vigor as rescisões amigáveis de vínculos laborais entre o Estado e os seus funcionários. Fica para saber onde haverá dinheiro para pagar essas rescisões amigáveis. Ou é mentira que não haja?”
Diga-se em abono da verdade que Nicolau Santos, diretor-adjunto do “Expresso” e especialista em questões de economia, tem denunciado algumas malfeitorias produzidas por este Governo com claro prejuízo para a maioria da população. O texto seguinte foi extraído do artigo de opinião (“Eles mentem mas é para nosso bem”) que esta semana assina no suplemento Economia daquele semanário onde não se exime de afirmar, até de forma irónica, que o Governo anda a mentir, de forma descarada.
“Foi um espetáculo triste aquele que o Governo protagonizou na semana passada ao dar o dito por não dito. E o que tinha sido dito e redito era que o corte dos subsídios de férias e de Natal a trabalhadores da Função Pública, reformados e pensionistas, era uma medida de exceção para vigorar durante dois anos. E dois anos são dois anos, não são três nem quatro, nem quatro e meio. Dois anos são 2012 e 2013, não 2014 e reposição gradual e parcial dos referidos subsídios só em 2015. Não há outra expressão para qualificar o que se passou: o Governo mentiu. O problema é que, provavelmente, num primeiro momento que seria suficiente fazer esses cortes em 2012 e 2013. Mas, com os efeitos da brutal política de austeridade que colocou em prática, ultrapassando o que a troika impunha, o Governo está a deprimir de tal modo a economia que os resultados têm sido 1) aumento exponencial do desemprego; 2) quebra nas contribuições para a segurança social; 3) subida acentuada das reformas antecipadas pedidas por desempregados. Estas razões explicam a derrapagem de €200 milhões no orçamento da Segurança Social.
Por tudo isto, o Governo fez as contas e chegou à conclusão óbvia: ou há uma redução brutal do número de funcionários públicos até 2014, da ordem dos 100 mil, ou então não será possível repor os subsídios de Natal e férias, mantendo os compromissos contemplados no memorando de entendimento para a redução das despesas com pessoal. Ora a redução de pessoal prevista pelo Executivo é de 35 mil funcionários públicos naquele período. Quer dizer, sobre esta matéria, o Governo ainda não mentiu completamente mas já começou a mentir.
É que em 2015 não haverá condições para repor os subsídios agora cortados. E o mais provável é avançar a ideia de Passos Coelho: acabar com os subsídios e dividi-los pelos 12 meses. Mas, claro, que ninguém espere nessa altura um aumento de ordenado de 14%. Será muito menor. Outra mentirinha que está no horizonte.
É neste quadro que surge a ideia de colocar em vigor as rescisões amigáveis de vínculos laborais entre o Estado e os seus funcionários. Fica para saber onde haverá dinheiro para pagar essas rescisões amigáveis. Ou é mentira que não haja?”
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