Em Março de 2009 foi inaugurado o Retail Center de Portimão pela mão da empresa gestora, a Cushman & Wakefield, à qual foi vendido pelo promotor do projeto, a Bouygues Imobiliária. O Retail Center encontra-se junto à V6, integrado na Urb. da Boavista, a norte da linha de caminho-de-ferro de Portimão. Como é normal nestes casos, o licenciamento deste tipo de empreendimentos passa por um ritual de contrapartidas, o que, até acharia ser benéfico para o município não fosse o estrangulamento do pequeno comércio do concelho de Portimão.
As contrapartidas “LEGAIS” são, normalmente, a cedência de parcelas de terreno para uso da Câmara Municipal na criação de espaços verdes; a requalificação das vias de comunicação envolventes ao projeto ou construção e cedência de equipamentos para uso da população, entre outras. No caso deste Retail Center, pressupõe-se que uma das contrapartidas terá sido a semi-construção do Pavilhão Desportivo identificado na imagem, deixado ao abandono. Pressupõe-se também que, a Câmara Municipal de Portimão terá ficado responsável pela conclusão da obra mas talvez, como o contrato de fornecimento do fogo de artifício para a passagem de ano de 2009 para 2010 já estaria mais ou menos apalavrado, a Câmara deve ter ficado sem dinheiro para tal obra.
Sejamos sérios de uma vez por todas. Sabemos perfeitamente o estado em que o país e as autarquias se encontram financeiramente mas, também sabemos que a humildade é rainha e essa pelos vistos não abunda no executivo da Câmara Municipal de Portimão. Se não há dinheiro para concretizar a totalidade da obra, ao menos que se ajeitasse o exterior, porque com o estado de degradação do edifício que começa a ser visível, os custos serão bem piores. Em sede de Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda de Portimão já alertou várias vezes para esta situação e para os perigos que representa para os cidadãos portimonenses.
É pena que o executivo da Câmara Municipal de Portimão, não tenha feito as mesmas contas que eu fiz. E sabem porquê?
Porque, com este orçamento não há margem para grandes derrapagens nas contas o que, não estaria de acordo com o paradigma instituído nas tão faladas obras executadas pela Câmara de Portimão, ou já esqueceram por exemplo a DERRAPAGEM nas contas da construção do Teatro Tempo?
Um olhar mais atento mostra ainda um lado ainda mais preocupante, o edifício transformou-se também num pousio para toxicodependentes e abrigo para prostituição. Alunos adolescentes da Escola Nuno Mergulhão também já são vistos a frequentar o espaço abandonado deixando os moradores mais atentos com sérias preocupações provocadas por este flagelo. O Bloco de Esquerda de Portimão alerta para a necessidade urgente de pelo menos entaipar as entradas deste pavilhão abandonado a fim de minimizar as consequências.
Caros cidadãos e cidadãs de Portimão, é importante que comecemos a fazer contas e encontrar soluções para os mais diversos problemas da cidade de Portimão. Se formos uma população preocupada e presente poderemos todos apresentar propostas para obrigar o executivo camarário a tomar uma posição séria e honesta para contrariar este tipo de situações.
Rui Barradas
In Jornal Portimão Bloquista
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