sexta-feira, 6 de abril de 2012

PORMENOR INQUIETANTE

Como é sobejamente conhecido, os economistas do regime pouco se preocupam com a brutal taxa de desemprego que todos os dias cresce em Portugal. Para além de umas lágrimas de crocodilo que vão vertendo para português ver, não consideram aquela catástrofe sociológica mais que danos colaterais de ideias erradas que estão a ser postas em prática na economia nacional. Isto significa que corremos sérios riscos de que as elevadíssimas taxas de desemprego se eternizem mesmo que venhamos a ter um crescimento económico mais favorável do que o actual. Este pequeno texto de Nicolau Santos que transcrevemos do suplemento Economia do “Expresso” de hoje é bem elucidativo e de leitura recomendada.

UM DADO PREOCUPANTE
O Banco de Portugal divulgou um dado muitíssimo preocupante: a taxa natural de desemprego na economia portuguesa pode ter atingido os 9,5% em 2010. A taxa natural de desemprego (ou desemprego técnico) é aquele desemprego que as economias registam sempre, mesmo quando estão a aproveitar plenamente todos os seus recursos produtivos.
A taxa natural de desemprego histórica, comumente aceite pelos economistas, é de 4%. No início da década passada, esse valor era em Portugal de 5.5%. Mas o facto de agora estar em 9,5%, revela que está a crescer rapidamente, apesar de ter estado estabilizada nas últimas três décadas em torno dos 4% a 5%. Isto quer dizer que, pelo menos até2020, (em que as taxas de crescimento andarão entre 1% e 2%) teremos sempre de contar com uma taxa de desemprego mínima de 10%, à qual acrescerá o desemprego conjuntural.
Ou seja, o desemprego estrutural estará a entranhar-se na economia. E, como reconhece o Banco de Portugal, mesmo um crescimento económico robusto não será suficiente para o reduzir a níveis “socialmente aceitáveis”. Ou seja, temos um problema, com enorme probabilidade de se estar a tornar um problema crónico.

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