sábado, 31 de agosto de 2019
BOLSONARO, O NERO DO NOSSO TEMPO
Conta a História que Nero, um imperador romano que ficou conhecido pelo seu caráter sanguinário, mandou incendiar a cidade de Roma e atribuiu aos cristãos esse crime. Enquanto a cidade ardia, ele divertia-se a tocar lira.
Se é certo que a história não se repete, não é menos verdadeiro que há acontecimentos atuais que contêm os traços gerais de outros que tiveram lugar no passado...
Muita gente terá recordado este episódio a propósito do incêndio da Amazónia.
CITAÇÕES
A independência de Timor é obra das
milhares de pessoas que, ao longo dos 24 anos de ocupação, foram a resistência
política e fizeram a luta armada.
(…)
Com Timor, aprendemos que o longe é
aqui, que nada é impossível, que não estamos condenados ao terror.
(…)
Penso na Palestina e nos presos políticos
das nações sem Estado do nosso continente. Penso nos refugiados da Europa e nos
indígenas da Amazónia. O longe é aqui.
O rendimento [silvícola] é
a causa para a defesa, pela gestão activa, dos espaços arborizados produtores
de bens e serviços.
(…)
Em 2017, último ano de que
há registos do INE, o valor acrescentado bruto e o rendimento da silvicultura
estão a um nível ainda muito aquém do registado em 2000.
(…)
As portas giratórias
existentes entre o poder e a indústria, sobretudo de celulose, têm assegurado a
restricção do rendimento à produção silvícola.
Paulo Pimenta de
Castro, “Público” (sem link)
É também verdade que no
caso dos motoristas de mercadorias em geral, mas sobretudo os de matérias
perigosas, tem havido uma exploração desavergonhada e uma provocatória afronta
à sua dignidade.
(…)
A relutância da Antram em
reconhecer direitos evidentes que assistem aos motoristas foi despótica e
incendiária.
São
José Almeida, “Público” (sem
link)
Descredibiliza
o sindicalismo, a administração pública e o sistema de justiça que, só agora o
MP e o Ministério do Trabalho se dêem conta da eventual “ilegalidade” do
sindicato [dos motoristas de matérias perigoosas]
João Fraga de
Oliveira, “Público” (sem link)
Defender os direitos humanos
é exigir que a dignidade humana de todos os indivíduos seja respeitada.
(…)
grande parte dos documentos
históricos antecedentes à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), na
prática, não se aplicavam aos negros, mulheres e a membros de certos
grupos.
(…)
Embora não seja um
documento com valor legal compulsório, a Declaração [Universal dos Direitos
Humanos] e os seus pactos tornou-se num estatuto de direito internacional
convencional.
(…)
no mundo em que vivemos, a
mobilidade humana é cada vez maior e a discriminação cultural, religiosa ou
étnica tem ganho proporções inconcebíveis.
(…)
educar para os direitos
humanos se torna fundamental, pois é necessário um compromisso resiliente por
parte de todos com a proteção dos que são vítimas de violência ou
discriminação.
(…)
A educação para os
direitos humanos pretende reforçar o conhecimento (…), alterar atitudes (…) e
alterar comportamentos (…).
(…)
A educação para os
direitos humanos tem como objetivo melhorar a compreensão, atitude e
comportamento em relação aos direitos humanos.
Filipe
Pinto e Joana Morais e Castro, “Público” (sem link)
A solução política que se
alcançou em 2015 conseguiu um inequívoco reconhecimento popular.
(…)
O que pareceria uma bênção
para o Partido Socialista, está a transformar-se numa maldição para as ambições
de António Costa.
(…)
[Os méritos dos acordos
feitos com os partidos de Esquerda são] o grande obstáculo aos desejos de
maioria absoluta que estão na mente dos dirigentes socialistas.
(…)
Para António Costa a
“geringonça” foi chão que já deu uvas, só não lhe toca a finados porque ela
está no coração nacional e isso traria má publicidade em período eleitoral.
(…)
Um dos parceiros [o Bloco]
passou rapidamente a adversário [do PS] porque se coloca como o grande entrave
a essa maioria absoluta.
(…)
Esta reta final está a
mostrar que o PS vê a “geringonça” como uma camisa de forças da qual se quer
ver livre.
(…)
O que vale é que, em
democracia, não são os políticos que escolhem os vencedores, é o povo que
decide em quem vai votar.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem link)
Como se sabe, nos nossos
dias, a honradez que não está cotada em nenhuma Bolsa, é coisa de pouco valor,
aliás fazendo dela bandeira a pouco lado se vai.
(…)
Raramente no quotidiano
aparecem notícias sobre as qualidades que os cidadãos devem cultivar, desde
logo a honestidade e a honradez.
(…)
O que conta é ser famoso e
as notícias incidem mais nos figurões cheios de riqueza, muita dela adquirida
sabe-se lá como.
(…)
A era do vazio precisa do
estardalhaço, da exuberância, de que se seja visto, de que se seja admirado
pelo que se expõe.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
FRASE DO DIA (1180)
O Reino Unido
pergunta-se, por estes dias, como é possível que um dos maiores ataques à
democracia representativa possa decorrer à luz do respeito pelas regras e
preceitos constitucionais.
PAZ AMEAÇADA NA COLÔMBIA. GRUPO DE COMANDANTES DAS FARC ACUSA O ESTADO COLOMBIANO DE TRAIÇÃO AOS ACORDOS DE PAZ
Um grupo de comandantes das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) anunciaram nesta
quinta-feira (29/08) que irão voltar à luta armada em resposta ao que chamam de
“traição do Estado colombiano aos Acordos de Paz”, que foram assinados em
Havana em 2016.
Iván Márquez, Jesús Santrich e Hernán Darío
Velásquez, conhecido como El Paisa, fizeram o anúncio de que voltariam às
atividades guerrilheiras. Márquez, que foi um dos negociadores em Havana,
invocou o “direito universal dos povos de se levantarem em armas contra a
opressão”.
“Desde a assinatura do Acordo de Paz de
Havana e do desarme ingênuo da guerrilha a troco de nada, não para a matança.
Em dois anos, mais de 500 líderes do movimento social foram assassinados e já
se somam 150 ex-guerrilheiros mortos em meio à indolência e à indiferença do
Estado... tudo isso, a armadilha, a traição e a perfídia, a modificação
unilateral do texto do acordo, o incumprimento dos compromissos por parte do
Estado, as montagens judiciais e a insegurança jurídica nos obrigaram a
regressar ao monte. Nunca fomos vencidos, nem derrotados ideologicamente, por
isso a luta continua. A história registará em suas páginas que fomos obrigados
a retomar as armas”, disse Márquez, em vídeo publicado no YouTube.
Breno Altman
comenta no vídeo acima a situação colombiana. (via Opera Mundi)
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
FRASE DO DIA (1179)
Mobilizações populares em todo o mundo, cientistas,
artistas, ONU, responsáveis internacionais fizeram saber da sua preocupação
referindo-se explicitamente às queimadas [na Amazónia].
quarta-feira, 28 de agosto de 2019
FRASE DO DIA (1178)
António Costa, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina são o rosto de
três políticas de habitação falhadas do Partido Socialista.
PENSÕES DIGNAS PARA QUEM TRABALHOU E DESCONTOU TODA A VIDA
Pensões dignas para
quem trabalhou toda a vida. Pensões sem cortes para quem descontou 40 anos.
MUSEU DA VERGONHA
Construído no final do século XIX para servir de habitação para D. Maria
Coimbra, o palacete acabou por servir de albergue a um conjunto de freiras,
aquando da guerra civil espanhola. Após 1936, o Regime Fascista decide instalar
lá a PIDE, acabando por adquirir o imóvel na década de ’40. O edifício da
PIDE-DGS é um dos símbolos da repressão do Fascismo na cidade do Porto e em
todo o norte do país. Dezenas de milhares de democratas foram ali encarcerados,
torturados e executados. Desde o dia 26 de abril de 1974, quando o último preso
político foi libertado, que a memória à resistência à Ditadura reivindica um
espaço seu. O presente documentário é uma curta-metragem que reúne depoimentos
de ex-presos políticos, historiadores e museólogos que se reuniram em defesa da
criação de um Museu da Resistência no Porto.
Um documentário de Luís Monteiro e José Machado Castro.
terça-feira, 27 de agosto de 2019
FRASE DO DIA (1177)
É urgente reconhecer que a obsessão austeritária mergulhou as
economias europeias numa profunda recessão que se transformou depois numa
espécie de letargia próxima da estagnação.
EM POLÍTICA NÃO PODE VALER TUDO…
É perfeitamente certa a afirmação de que em
política não há amigos, mas interesses. Trata-se de uma verdade que nunca foi
desmentida pela realidade dos factos e daí não vem qualquer mal ao mundo. As
sociedades democráticas estão organizadas em partidos políticos que defendem os
interesses dos grupos sociais a que estão associados. Em Portugal também é
assim.
As pessoas com uma sólida formação política
sabem, ainda que algumas o escondam, que a esquerda se preocupa a defender os
interesses dos mais pobres e desprotegidos embora nem sempre de forma isenta de
erros.
Todos sabemos o papel da direita durante o
Governo PSD/CDS que fez recair sobre os mais necessitados o ónus da intervenção
da Troica em Portugal.
Em 2015, como resultado das eleições
legislativas, formou-se no Parlamento uma maioria de esquerda que,
ultrapassando conhecidas e antigas divergências, deu ao PS a possibilidade de
formar Governo, com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP. A
fórmula encontrada para colocar um travão à política austeritária da direita
deu os seus frutos que se traduziram numa melhoria das condições de vida dos
grupos sociais mais desfavorecidos, ainda que se pudesse ir muito mais além.
Da colaboração do PS com o PCP e BE,
resultaram benefícios para a maioria dos portugueses sem que qualquer destes
partidos possa ser criticado negativamente em relação ao trabalho que efectuou.
Também não seria espectável que PS, Bloco e
PCP se descaracterizassem durante a presente campanha eleitoral, depois da
colaboração que tiveram ao longo dos últimos quatro anos. Mas, o que também não
faz qualquer sentido é que o PS, por via da voracidade em torno da maioria
absoluta eleja agora o Bloco como alvo de todos os ataques, esquecendo que, sem
os bloquistas, não teria atingido o poder. Faz, pois, todo o sentido perguntar
por que razão, tendo o BE tantos defeitos, os “socialistas” aceitaram o seu apoio
parlamentar para governarem. A resposta é traduzível apenas por uma palavra, “oportunismo”
político, antes e agora. Só que, para se atingir objectivos políticos, ainda
que legítimos, não pode valer tudo. A população portuguesa irá facilmente
perceber que Costa elege o Bloco como inimigo principal porque teme que uma votação
forte neste partido seja o maior impedimento para o PS atingir a maioria
absoluta. O BE agradece estes ataques porque, como afirma um provérbio árabe, “só
se atiram pedras às árvores com frutos”.
Tendo como pano de fundo esta situação aqui
fica a transcrição do artigo que Fernando Rosas assina no “Público” de hoje,
onde destaca de forma particular as contradições do PS.
Estou de acordo com o que o
primeiro-ministro, António Costa, quis significar acerca da questão central que
se coloca nas próximas eleições legislativas: saber se o Partido Socialista tem
ou não maioria absoluta (ver entrevista ao Expresso de 24/8/2019). Dito de outra
forma: perceber se à esquerda (só nela existe essa possibilidade), há ou não
força social e política para impedir a governação absoluta do PS. E esse é, na
realidade, o centro da questão neste pleito eleitoral.
O PS e António Costa são prudentes na
formulação do seu apetite por
ir ao almejado pote da maioria absoluta. Disfarçam-no, todavia, sob
uma série de eufemismos que mais descobrem do que ocultam a ânsia afogueada de
lá chegar. Sabem que a evidenciação do propósito é eleitoralmente muito
embaraçosa. Ninguém esqueceu no país que as duas maiorias absolutas do
cavaquismo e a do PS de Sócrates se traduziram no abuso absoluto. Um partido
governante com maioria absoluta, ensina-nos o nosso historial recente desse
tipo de situações, acha-se dispensado de falar às pessoas, de prestar contas à
cidadania, de negociar e de debater dentro ou fora do Parlamento as suas
decisões, anula facilmente o contraditório, tende a controlar os media
em proveito próprio, ilude com muito maior facilidade a fiscalização possível
dos seus atos, fomenta quase inelutavelmente o compadrio e a corrupção a todos
os níveis. Ninguém se esqueceu em Portugal que as maiorias absolutas pretéritas
do PSD e do PS significaram arrogância e autoritarismo, privatizações
obscuramente negociadas dos sectores estratégicos da economia, ataques
devastadores ao emprego e aos direitos do trabalho, corrupção e promiscuidade
atravessando horizontalmente a banca, os negócios e a política, tudo a desaguar
no colapso financeiro, na troika e no memorando de
entendimento com ela preparado por aqueles dois partidos, a magna
carta da austeridade.
É, pois, natural que na citada
entrevista António Costa tente não dizer claramente ao que vem,
ainda que o propósito seja evidente: regressar a uma maioria absoluta e
declarar guerra preventiva a quem a possa política e eleitoralmente
obstaculizar. Para esse efeito, e partindo da evidência que as direitas estão
impotentes para assumir tal risco, o secretário-geral do PS debruça-se sobre as
esquerdas. E, num exercício não isento de alguma desfaçatez, não hesita em
destratar os parceiros de
ontem (que afinal viabilizaram a governação socialista e as suas
benfeitorias), agora reduzidos pelo primeiro-ministro ou a muletas de apoio ou
a adversários a neutralizar. Com paternal condescendência, António Costa passa
um atestado de “bom comportamento” ao PCP, o que não pode deixar de soar como
algo insultuoso aos ouvidos de um partido fortemente empenhado em demarcar-se
do PS e do seu Governo. E assim, reduzido, aliás injustamente, ao estatuto de
parceiro menor e obediente. Ao contrário, o Bloco de Esquerda é eleito
adversário preferencial, implicitamente apontado como força política suscetível
de congregar os apoios dos muito defensores da “geringonça” que não desejam o
regresso de uma maioria absoluta do PS. E por isso Costa despeja-lhe os
anátemas de partido “inorgânico”, sequioso de mediatização e inseguro nos
compromissos: ninguém diria que durante uma legislatura o Governo contou com a
sua colaboração para existir e atuar como governo…
Não só por isso as acusações são algo
surpreendentes pois parecem obnubilar o sentido das realidades do
primeiro-ministro: quando fala da sede mediática estará a esquecer-se do
secretário-geral do PS que se dedica por estes dias a percorrer de
norte a sul a EN2 para aparecer, não só ao “meio-dia”, mas em todos
os noticiários de todas as televisões, como o improvável “amigo do interior”? E
quando na referida entrevista insinua a insegurança dos compromissos não
ocorrerá a António Costa que foi o Governo do PS, pressionado pelos grandes
interesses ou pelos patrões, que à última da hora deu o dito por não dito
relativamente a compromissos formalmente assumidos no Parlamento em casos como
a tributação das rendas da energia, a TSU dos patrões, a legislação laboral ou
a lei de bases da saúde00:00
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Nem se diga, como sugere António Costa
ao Expresso, que o risco de recessão económica enfatiza a necessidade de
um governo “seguro”, isto é, de maioria absoluta. O certo é que não há nada de
menos seguro para o emprego, para os direitos de quem trabalha, para os
pensionistas, para o Estado Social, do que um governo de maioria absoluta do PS
ou da direita a gerir uma eventual crise. Pela simples razão, como a história
recente da Europa demonstra (em França, na Alemanha, na Itália, em Espanha…),
que nada de essencial separa a austeridade dos partidos socialistas no poder da
dos governos da direita. Afinal foi o Governo do PS e do Eng.º Sócrates que
chamou a troika e se entendeu com ela. O Governo PSD/CDS agravou o que
já fora começado. Se há situação em que o condicionamento à esquerda da
governação se torna mais urgente e necessária é precisamente para enfrentar com
equilíbrio e justiça social uma situação de crise.
Mais populares
Dito isto, devo dizer que me confesso
apoiante da experiência política que foi a “geringonça”, a despeito
das suas limitações e incompletudes. Desejaria que o governo a sair das
próximas eleições pudesse levar a cabo muito do que não foi feito no domínio
dos direitos do trabalho, na resposta à urgência climática, no reforço dos
serviços públicos essenciais, na recuperação nacional de setores estratégicos
da economia, na melhoria das condições salariais e do nível de vida. Para que
tal aconteça, entendo ser indispensável dar dois passos. O primeiro, não haver
uma maioria absoluta de nenhum partido, designadamente do PS. O
segundo, constituir as forças à esquerda do PS como garantia eleitoral e
política da continuidade, aprofundamento e alargamento de políticas de justiça
social no sentido das que estes partidos viabilizaram na legislatura agora
finda.
Veremos se é possível criar uma relação de forças que permita ir por aí.
Afinal, o povo é quem mais ordena.
Continuar a
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HÁ MOMENTOS EM QUE O SILÊNCIO É CÚMPLICE
Em Lisboa, o Largo
de Camões encheu esta segunda-feira para exigir a defesa da Amazónia e
responsabilizando o governo de Bolsonaro pelos incêndios descontrolados na
região.
O Governo
português tem de tomar uma posição de claro repúdio pelo crime que está a
acontecer na Amazónia cujas culpas impendem inteiramente sobre o executivo de
extrema-direita que agora governa o Brasil.
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
O BLOCO DE ESQUERDA AÍ ESTÁ PARA LUTAR PELO MUITO QUE AINDA ESTÁ POR FAZER
Fizemos muito nos últimos quatro anos
mas ainda há muito por fazer. Os salários são ainda muito baixos. Demasiadas
pessoas que trabalharam toda uma vida não têm a pensão digna que merecem. O
sistema nacional de saúde é ainda muito frágil. É por isso que Bloco de
Esquerda aqui está. Para lutar por tudo o que há a fazer. (Catarina Martins)
FRASE DO DIA (1176)
Se
o ar se vendesse já havia tropas de uma qualquer coligação internacional a
chegar a Brasília.
GRAVES VIOLAÇÕES DA LEI DA GREVE. SÓ UM GOVERNO AUTORITÁRIO AS EFETIVARIA
In "Revista" Expresso
Vamos esperar que o bom senso do povo português não dê maioria absoluta ao PS. Se der, medidas como estas tornar-se-ão banais e é o próprio direito à greve que está em causa.
domingo, 25 de agosto de 2019
SEGURANÇA SOCIAL: O BLOCO DEFENDE QUE NA PRÓXIMA LEGISLATURA SE DEVE CONTINUAR A ALIVIAR OS CORTES NAS REFORMAS ANTECIPADAS.
In "Expresso" Economia
Um ponto que PSD, PCP e BE, defendem
em comum tem a ver com o financiamento da Segurança Social que, até agora tem
sido feito quase exclusivamente pelos salários dos trabalhadores e que, segundo
aqueles partidos, deve passar também a onerar os lucros das empresas.
MAIS CITAÇÕES (44)
O que se vive no Brasil é
agravado por instituições fracas, incapazes de confrontar o poder ou impedir a
violência perpetrada pelo governo e pelo presidente.
(…)
Pensemos no que se está a
passar na Amazónia e na absoluta irresponsabilidade de um presidente que decide
acusar as ONG ambientalistas de incendiárias, supostamente por retaliação aos
cortes governamentais.
(…)
O pulmão do planeta arde mais do que
nunca, o presidente em exercício é
responsável por uma política ativa de destruição da Amazónia.
O capitalismo financeiro gera a bolha,
vive da bolha e depois tem medo que ela rebente.
(…)
Há já indicações de que os gastos com
capital estão a reduzir-se a nível global, e os investimentos em capacidade
produtiva, geradores de emprego, há muito que estão a cair.
(…)
[Por pressão da Alemanha], nem se começou
a criar [na Europa] uma economia que respondesse ao envelhecimento populacional
nem houve investimento necessário nas infraestruturas para a transição
climática.
(…)
Foi imposta por toda a Europa uma
máquina de austeridade.
(…)
Se o risco para a economia europeia é o
perigo alemão, (e o medo do Brexit), para a economia mundial é Trump.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Portugal é um país muito desigual e as
desigualdades de rendimento formam-se no mercado de trabalho.
(…)
Sem reforço do sindicalismo estamos
condenados a um país mais desigual e a um mundo do trabalho sempre mais
precário e nas margens da legalidade.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
A coisa é pior do que pintam: não
assistimos à alvorada de um novo sindicalismo mas ao estertor do sindicalismo.
(…)
Sem a pressão dos trabalhadores
organizados nenhum governo nos defenderá. Como se viu no orgulho com que o
Governo vergou os camionistas e nos inacreditáveis serviços mínimos impostos na
Ryanair.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
A solução encontrada [a
“geringonça] foi exemplar no quadro conjuntural em que foi construída e
constituiu uma experiência irrepetível, até pelo seu ineditismo, que obrigou a
uma urdidura política complexa e criativa.
(…)
Os portugueses ganharam
bastante com esta solução, embora as políticas seguidas apenas tenham
propiciado um travão ao fundamentalismo austeritário e permitido pequenos
passos de reposição de alguns direitos e rendimentos a uma parte significativa
dos cidadãos.
(…)
Uma segunda
"geringonça", que se deseja, só existirá se, nas eleições de 6 de
outubro, for vencido o centrão de interesses, que tem acumulado incomodidades
ao longo dos últimos quatro anos.
(…)
É tempo de um forte
combate pela criação de condições para uma segunda "geringonça", em
novo contexto e condições, e de se propor desde já acordos programáticos mais
detalhados e exigentes.
A democracia é o único
regime que permite a liberdade e o pluralismo, mas não celebra ditadores e
rejeita a ditadura, a pressão política, a censura e a tortura.
Irene
Flunser Pimentel, “Expresso” (sem
link)
Nenhuma forma de poder é
independente do sistema de ideias e valores que norteiam a sociedade.
(…)
Só os que controlam o
discurso, as narrativas e o imaginário da população a podem dirigir.
Rui Catalão, “Público” (sem link)
LEI LABORAL
O alargamento do período experimental
para 180 dias não respeita a Constituição e cria discriminação por idade,
precarizando as gerações mais jovens. Uma lei à medida dos interesses da direita dos interesses. Não é por acaso que a direita joga todas as fichas na vitória do PS.
SEM PERDÃO!
In Expresso
Está mesmo a ver-se que, em caso de maioria absoluta do PS, casos como este, que se vêm repetindo, passariam a ser banais.
sábado, 24 de agosto de 2019
BOLSONARO TEM DE APRENDER A FALAR DE ACORDO COM O CARGO QUE OCUPA…
A linguagem de
Bolsonaro a propósito dos 102 familiares que escolheu para cargos em gabinetes
e cargos públicos.
PS NÃO QUER FAZER AUMENTOS REAIS NAS PENSÕES NA PRÓXIMA LEGISLATURA
In Expresso
“Nos últimos anos, de forma paulatina,
foram avançando medidas que não só obrigaram os portugueses a trabalhar mais
tempo como lhes baixam as pensões a que terão direito no futuro.” A direita
alinha com o PS na ideia de não mexer nas pensões. Já o Bloco quer facilitar o
acesso à reforma.
Se o PS tiver maioria absoluta
já ficamos a saber como irá proceder, com a ajuda da direita. Não há que ter
dúvidas.
CITAÇÕES
As múltiplas causas do
crime que devasta a Amazónia têm tanto de mão, fogo posto, como de voz do dono.
(…)
"Lá, é época de
queimada", Bolsonaro sacode a água do capote enquanto mais e mais
brasileiros percebem o perigo demencial de quem elegeram.
(…)
A título de incentivo, as
declarações [de Bolsonaro] podem ser tão incendiárias como os fogos.
Garantir a segurança de
todas as crianças e jovens que frequentam as escolas do país, assegurando a
proteção da sua privacidade, é uma responsabilidade inquestionável de quem
governa.
Margarida
Lima de Faria, “Público” (sem
link)
[O sindicato dos
motoristas percebeu] que precisa de uma organização interna forte e
democrática, que não espere figuras providenciais– só eles podem ser porta
vozes de si próprios.
(…)
Nesta greve [dos
motoristas] ficou a nu que uma parte dos portugueses trabalha de facto horas a
fio que não recebe.
(…)
O Governo aproveitou para
impor um Estado musculado, esvaziando o direito à greve.
(…)
É preciso defender o
emprego como direito à vida e também como única forma de estar em pleno de
igual para igual na sociedade.
Raquel
Varela, “Público” (sem
link)
Protegermos a Amazónia,
preservarmos a sua biodiversidade, é fundamental para salvarmos o planeta do
caos climático e do aquecimento global.
(…)
Se a crise climática cria
condições para o desastre, é a mão humana que ateia o fogo.
(…)
[Bolsonaro] Segue
o livro de Trump: na época das fake
news a verdade não interessa e a realidade deixou de significar
“aquilo que é real”. Fez o mesmo negando o assassinato de líderes indígenas.
(…)
A resposta ao sobressalto
ecológico no Brasil tem de correr de mão dada com a resposta ao sobressalto
democrático.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem link)
Este despacho é uma lufada de ar fresco para as crianças e jovens “trans” e intersexo que até
então, na maioria dos casos, viam as suas identidades desrespeitadas, a sua
privacidade e integridade violadas num espaço tão essencial nas suas vidas como
a escola.
Vasco
Sampaio, “Público” (sem link)
[Para quebrar uma greve] basta
o decretar de serviços mínimos tão risíveis que se confundem com os serviços
normais.
(…)
Basta observar que se
chega ao ponto de afirmar que esta greve [dos motoristas] ataca o direito às
férias de certos cidadãos como se tal ultrapassasse o direito básico de outros
reivindicarem as suas condições de trabalho.
(…)
Uma das principais armas
de reivindicação de direitos foi retirada a estes trabalhadores [motoristas e tripulantes
da Ryanair] e criou-se um precedente pronto a ser repetido sempre que tal
aparente ser útil.
João
Miranda, “Público” (sem link)
A forma como este governo
PS tratou professores, enfermeiros e, agora, motoristas, revela um
perigosíssimo crescendo de autoritarismo.
(…)
Em todos os [três] casos,
o Governo e o PS acusaram os sindicalistas de “objetivos políticos” - os
mesmíssimos que o Governo teve em cada uma das respostas aos movimentos
grevistas.
(…)
A violação de direitos,
liberdades e garantias básicas do movimento sindical e dos trabalhadores
configura aquilo que, neste jornal, Ana Sá Lopes tão bem designou como “um
thatcherismo de fachada socialista”.
(…)
Se em dois dos casos, o
Governo representava o Estado como empregador, no caso dos motoristas
comportou-se sem isenção alguma e, muito mais grave, disponibilizou aos patrões
toda a máquina coerciva do Estado.
Manuel
Loff, “Público” (sem
link)
Qualquer respeito pela
ditadura é um atentado à democracia.
(…)
O fascismo e a tirania não
se repetem nunca da mesma forma, adaptam-se aos tempos.
Bruno
Fidalgo de Sousa, “Público” (sem
link)
O papel de um Governo
democrático não é impedir que o direito à greve seja exercido, sob pretexto de
garantir (como também deve garantir) a satisfação de necessidades fundamentais
dos cidadãos.
(…)
Se [os motoristas] são mal
pagos em termos absolutos, quando estabelecemos a proporção entre o valor do
seu trabalho e a renda do negócio para que trabalham, são miseravelmente
explorados.
Santana Castilho, “Público” (sem link)
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
DECLARAÇÕES DE VOTO DO VEREADOR DO BE, JOÃO VASCONCELOS, NA REUNIÃO DE CÂMARA DE 07/08/2019
Eis o essencial do teor de três declarações
de voto do vereador do BE na Câmara Municipal de Portimão, João Vasconcelos, na
reunião de 07 de Agosto de 2019.
Câmara Municipal de Portimão – reunião de 07 de agosto de 2019
Moção sobre a viabilidade da desagregação
do Centro Hospitalar Universitário do Algarve
O Bloco de
Esquerda considera que a criação do Centro Hospitalar do Algarve/CHA, levando à
fusão dos Hospitais de Faro, Portimão e Lagos, em 2013, pelo governo PSD/CDS,
se baseou unicamente em critérios economicistas, conduzindo a uma degradação
acentuada dos serviços hospitalares públicos na região e, muito em particular,
no Hospital de Portimão. Na anterior legislatura e também na atual, o Bloco
apresentou propostas na Assembleia da República para reverter a situação. Mas
essas propostas foram chumbadas por PSD, CDS e PS.
A
transformação do CHA em CHUA não resolveu a situação. Para o Bloco, não foi só
a agregação dos referidos hospitais a única causa de degradação do SNS a nível
hospitalar no Algarve. O atual governo também não fez o seu trabalho de casa como
lhe competia, pois falhou no investimento e não tomou medidas concretas para
contratar médicos e outros profissionais. Daí as grandes dificuldades que
continuam a persistir no CHUA e, principalmente, no Hospital de Portimão, o que
devia vir referido ma moção.
O Bloco de
Esquerda vota a favor da moção apresentada pelo Executivo Permanente, embora
manifestando as declarações acima referenciadas.
Proposta de deliberação 435/19
ASSUNTO:
Proposta apresentada pela Sr.ª Presidente de Câmara referente a transferência
de competências para as autarquias locais no domínio das áreas portuárias e
marítimas.
O Bloco de
Esquerda defende que a transferência de competências para as autarquias locais
não pode agravar as desigualdades territoriais e deve ocorrer apenas nas áreas
em que os municípios estejam em melhores condições de assegurar o respetivo
exercício. E não será admissível qualquer desresponsabilização do Estado
central nas funções sociais de âmbito universal como a Educação, Saúde,
Cultura, Justiça e outras. A presente deliberação visa a transferência de
competências para este Município no domínio das áreas portuárias e marítimas.
Embora a
descentralização democrática da administração pública constitua um dos
princípios fundamentais da organização e funcionamento do Estado (art.º 6º nº 1
da CRP), a Lei nº 50/2018 resultou de um acordo apenas entre o governo, PS e o
PSD e a sua aprovação pela Assembleia da República teve a discordância de todas
as outras forças políticas.
Nos termos da
Constituição, a descentralização administrativa tem que visar, entre outros
objetivos, o reforço da coesão territorial e social, deve traduzir-se numa
justa repartição de poderes entre o Estado e as autarquias locais para
assegurar melhores políticas públicas e a resolução dos problemas das pessoas e
dos territórios e essa transferência de competências para as autarquias locais
deve ser sempre acompanhada dos adequados meios humanos, patrimoniais e financeiros,
o que não se verifica na presente situação. O montante do financiamento a
atribuir ao Município de Portimão (como a todos os outros), elemento
fundamental no processo, permanece desconhecido.
Nunca se
poderá aceitar que as autarquias locais, invocando insuficiência de meios
humanos ou de recursos técnicos, venham a concretizar as novas competências
através da sua concessão a entidades privadas, levando à degradação do serviço
público.
Finalmente,
uma descentralização de competências para ser efetiva e para se concretizar de
acordo com o que preconiza a Constituição da República, deve ser operada apenas
para as autarquias locais – freguesias, municípios e regiões, o que não é o
caso. Além de não se apontar para a criação da Região Administrativa do Algarve,
há competências a transferir para órgãos não autárquicos e não eleitos
diretamente pelas populações, como as comunidades intermunicipais. Além do
princípio da subsidiariedade, fica posto em causa também o princípio da
democraticidade. Trata-se de uma municipalização de competências e não de uma
descentralização.
Pelo exposto,
o Bloco de Esquerda vota contra a presente proposta de deliberação.
Proposta de
deliberação 422/19
ASSUNTO:
Pedido de informação prévia para obras de edificação para obras de edificação
sita no Lugar das Lapas, Alvor
Não obstante
terem sido introduzidas diversas alterações ao projeto, o Bloco considera que o
mesmo não reúne condições de aprovação, tendo em conta as reticências expressas
pela informação técnica camarária n.º 07/DOGUAUTM/SA/NA/19, de 29 de janeiro de
2019.
Por outro
lado, o Bloco de Esquerda considera que o concelho de Portimão, incluindo na
sua zona consolidada já tem empreendimentos suficientes destinados a turismo de
sol e praia. Já temos uma dose elevada de cimento e betão na cidade e no
concelho e há que apostar noutras alternativas para um desenvolvimento
sustentável.
Perante o
exposto, o Bloco de Esquerda vota contra a presente proposta de deliberação.
O Vereador do Bloco de Esquerda
João Vasconcelos
FRASE DO DIA (1175)
O modus operandi do
capitalismo na Amazónia é conhecido. As queimadas são a forma corrente que o
agronegócio tem para conquistar terra à floresta.
Pedro Filipe Soares,
“Público”
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