Nas guerras económicas de hoje são
usadas armas cujos efeitos não são inteiramente conhecidos e que podem
desencadear novas perturbações.
(…)
Que tenhamos um homem na Casa Branca a
brincar ao aprendiz de feiticeiro não é novidade nestes dois anos, mas mostra
que tudo se tornou possível. Basta lançar um fósforo no barril de pólvora.
(…)
Em julho, a Amazónia perdeu o
equivalente a uma ilha de Manhattan por dia.
(…)
Os níveis diários do degelo das calotes
polares são os que estavam previstos nos modelos que estudam a degradação
ambiental para 2070.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Vários acontecimentos
recentes têm vindo a revelar sinais cada vez mais perturbadores de que o
internacionalismo de extrema-direita está a transformar Portugal num alvo
estratégico.
(…)
Portugal é o único país da
Europa com um governo de esquerda numa legislatura completa e em que se
aproxima um processo eleitoral, e é o único onde não tem presença parlamentar
nenhum partido de extrema-direita.
(…)
Não se pode esperar da UE
muito mais do que a defesa da democracia liberal, mas esta corre mais riscos de
morrer democraticamente sem a UE do que com a UE.
(…)
Talvez [as esquerdas] se
lembrem de que as diferenças entre elas sempre pareceram mais importantes
quando vistas do interior das forças de esquerda do que quando vistas pelos
seus adversários.
(…)
Os EUA são hoje um
defensor muito condicional da democracia, pois só a defendem na medida em que
ela é funcional aos interesses das empresas multinacionais norte-americanas.
(…)
O governo democrático
socialista de Salvador Allende, hostilizado pelas elites locais e pelos EUA,
sofreu a sua crise final depois das greves de sindicatos de motoristas de
combustíveis, precisamente devido à paralisação do país e à imagem de
ingovernabilidade que reflectia.
(…)
Os idiotas úteis são
aqueles que, com as melhores intenções, jogam o jogo da extrema-direita, embora
nada tenham a ver com ela.
(…)
As forças de esquerda em
Portugal têm vindo a dar testemunho de um notável bom senso que dificulta as
manobras da extrema-direita.
Boaventura
Sousa Santos, “Público” (sem
link)
O Governo merece críticas
face aos seus "serviços máximos", às suas crónicas insuficiências na
dinamização da negociação coletiva e à sua complacência perante a
depauperização da Segurança Social.
(…)
Há um potencial de
ambiguidade, e de fugas ao cumprimento da legislação laboral, por ser permitido
a muitos patrões mascararem relações de trabalho assalariado sob a capa de
"modernidade da economia colaborativa".
(…)
As tensões entre a
condição de prestador de serviços e de trabalhador por conta de outrem estão a
marcar o presente e marcarão o futuro.
A diferença [entre salário
praticado e salário real] serve para os patrões ludibriarem o Estado e deixarem
os trabalhadores desprotegidos na doença, no desemprego e na refora.
(…)
Por ser um mercenário, [Pedro
Pardal Henriques] quer parar o país por tempo indeterminado a meio de um
processo negocial bem encaminhado por causa de aumentos em 2021.
(…)
O que não é habitual é
trabalhadores do privado fazerem greve a pensar no Governo.
(…)
Os sindicatos não são empresas
de organização de greves, são organizações de autorrepresentação dos
trabalhadores.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem link)
Um relatório das Nações
Unidas antecipa uma cisão populacional entre ricos e pobres por causa da
escassez alimentar global.
(…)
Nem tudo é mau nesta nossa
crise, é por exemplo bom ver que através de instituições democráticas se faz a
discussão, em torno desta greve sobre proporcionalidades.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
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