quinta-feira, 4 de maio de 2017

ENTREVISTA DE FRANCISCO LOUÇÃ AO PÚBLICO



Da entrevista a Francisco Louçã que podemos ler no Público de hoje, retirámos as seguintes afirmações por as considerarmos mais significativas na parte que se refere ao relatório sobre reestruturação da dívida que chegou recentemente ao conhecimento público.
- Esse tratado [Orçamental] não é viável, o que ele impõe a Portugal é um sacrifício de tal modo grave que só pode perturbar a democracia e diminuir a economia portuguesa.
- [O PS] introduz no debate político um compromisso para si próprio, que é o compromisso do partido do Governo, de o apresentar perante as autoridades europeias.
- [A proposta de reestruturação da dívida] é uma proposta diferente das que o BE tinha feito, estudava outros cenários.
- O único extremismo é a austeridade.
- As soluções anteriores do BE eram para uma negociação.
- O que esta proposta [de reestruturação da dívida] faz é um passo de gigante.
- Para o BE são duas vantagens: primeiro é que tem que haver uma reestruturação; segundo é que a UE tem que responder perante essa [proposta de] reestruturação.
- O que Portugal não pode aceitar é degradar a sua democracia ao ponto de perder capacidade de uma economia que responde pelos seus.
- O que aconteceu com este relatório é que, pela primeira vez, passou a haver uma posição maioritária na política portuguesa, porque o acordo entre o PS e o Bloco de Esquerda representa uma maioria na política portuguesa.
- [Eu] definiria [este relatório] como um compromisso tecnicamente cuidadoso sobre um cenário que foi posto em cima da mesa.
- Para temos as coisas com a profundidade que elas merecem, é preciso estudar estas matérias, é preciso apresentar contas detalhadíssimas.
- O PS foi chamado pela primeira vez ao citar uma reestruturação da dívida, isso é uma mudança total em Portugal.
- Agora já não é estarmos à espera da Europa, agora é nós dizermos à Europa que queremos um corte de 72 mil milhões na dívida.
- A liderança europeia está-se a desagregar.
- O Estado português passou a ter uma obrigação, veremos se a cumpre, tem que a cumprir se respeitar os seus cidadãos e se a política for uma coisa de gente séria.
- O nosso perigo não é só Le Pen, o nosso perigo é todas as derivas políticas que ocorrem, a desagregação dos sistemas democráticos e é a economia que mata.
- Esta maioria tem de se fazer com um único critério, que é resolver problemas das pessoas.
- A ameaça [de saída do euro] está presente cada dia na nossa sociedade e cada dia na nossa vida.

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