Muitas vezes sentimos dificuldades para obtermos uma explicação cabal para muitos problemas que atingem globalmente o mundo, em especial, a extrema injustiça na distribuição da riqueza que se produz. Sabendo-se que nunca houve tanto dinheiro em circulação à escala global, por que razão o fosso entre ricos e pobres não dá mostras de abrandar? Antes pelo contrário, assistimos a um crescente aumento do número de pessoas que não vêem supridas as suas carências básicas, a todos os níveis. A tendência é procurarmos as causas de tal situação com base na informação que nos entra em casa através dos meios de comunicação social dominantes. É, de todo, uma informação incompleta e, sobretudo, filtrada. O que é determinante não chega muitas vezes até nós. Por isso, temos de estar sempre precavidos e desconfiar que há sempre qualquer coisa que nos pode estar a ser escondida. Por exemplo, a informação de que “737 donos do mundo controlam 80% do valor das empresas mundiais” dificilmente terá uma substancial divulgação de forma a influenciar grandes camadas da população mundial. Acaba por ficar tudo num círculo muito restrito que, apesar de todos os esforços não consegue fazer chegar essa informação a quem mais interessa. As redes sociais e a Internet ainda não conseguem superar esta lacuna tanto quanto seria necessário até porque a atenção das pessoas é habilidosamente desviada para acontecimentos fúteis que são empolados de forma artificial.
Luís Moleiro
Luís Moleiro
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