O que a prática dos Estados Unidos, da Itália, de
França e de outros países mostra é que as primárias não tratam de propostas e
de programas mas de caras e de estilos.
(…)
Esperar que as primárias renovem os partidos é pois
algo que decorre de uma visão para a qual eles servem primordialmente para dar
pessoal político e não para dar escolhas políticas à democracia.
(…)
A americanização em curso da democracia
representativa em Portugal dar-lhe-á porventura mais espetáculo mas tirar-lhe-á
cada vez mais debate político substantivo, estreitando o espaço das escolhas.
Marcelo só não conseguiu
sobreviver à frente do PSD o suficiente para disputar legislativas. Será que
vai de novo morrer na praia?
São José Almeida, Público (sem link)
Num Estado que tenha como eixo central a
salvaguarda do interesse público, os principais instrumentos do sistema
financeiro têm de ser públicos.
Esta crise sistémica, a da decadência do Estado
enquanto promotor dos mínimos de igualdade, está no seu esplendor.
Há bons motivos para crermos que foi a necessidade
de vender o caso português como uma história de sucesso que levou ao fechar de
olhos sistémico em relação ao Espírito Santo.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem link)
Quando temos um sector económico em que as empresas
não podem falir e acabam sempre salvas pelo Estado, está na altura de
começarmos a perguntar-nos se a banca, como existe, pode continuar em mãos
privadas.
(…)
Não insistir no erro: o que é privado e grande
demais para falir ou não pode ser privado ou tem de ser desmantelado até ter dimensão
para poder falir.
Daniel Oliveira, Expresso (sem link)
É a frase mais arriscada: a solução [para o BES] não
tem custos para os contribuintes. É claro que é dinheiro dos contribuintes.
(…)
Quando os portugueses estão inseguros, põem o
dinheiro na Caixa.
Pedro Santos Guerreiro, Expresso (sem link)
Os contribuintes são filhos de um deus menor. Só escapam
de pagar a falência do BES se todos os deuses estiverem com eles.
Nicolau Santos, Expresso Economia (sem link)
Afinal,
90% do fundo de recapitalização do “banco bom” é dinheiro dos contribuintes.
Joana
Amaral Dias, CM (sem link)
Como
o Governo não quis usar a palavra nacionalização e tem medo dos riscos
eleitorais e do rombo no défice, usou a nacionalização que não é nacionalização.
O governo é perito em esquemas.
Clara Ferreira Alves, Revista Expresso (sem
link)
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