No
futebol português existe um treinador chamado Jesus e, mesmo este, já garantiu
que não faz milagres, apesar do seu nome… No Governo, que conste, também ainda
ninguém descobriu quem quer que seja com a capacidade de criar empregos a, partir
do nada. Por outro lado, ainda que a economia não seja uma ciência exacta,
sabe-se que 2% é o valor mínimo do seu crescimento, a partir do qual há criação
de postos de trabalho líquidos. A estes factos há que acrescentar que: a) perto
de duas centenas de milhares de pessoas se encontram em estágios profissionais,
situação essa que não conta para as estatísticas do desemprego; b) mais de 300
mil pessoas emigraram nos últimos três anos; c) o Governo é especialista em
esquemas sórdidos para mistificar a verdade; d) a maioria de direita tem um exército
de comentadores da sua área política espalhados por postos chave da comunicação
social que martelam todos os dias realidades que só existem na sua cabeça.
Todo
este caldo ajuda a que muitos portugueses acreditem na existência de um
qualquer milagre quando nos chegam notícias da baixa da taxa de desemprego
durante trimestres seguidos…
Também
Nicolau Santos, com a sua habitual e fina ironia, fala em milagre nesta área,
no pequeno texto que reproduzimos a seguir, retirado do Expresso Economia do
passado sábado.
A taxa de desemprego atingiu
o valor mais baixo desde 2011 e no segundo trimestre foram criados 87,7 mil
postos de trabalho. São excelentes notícias mas persistem alguns mistérios. A economia
cresce abaixo do valor mínimo que permite a criação líquida de empregos. E a criação
de postos de trabalho nunca foi superior à queda do desemprego. Sabe-se que nos
últimos três anos emigraram mais de 300 mil pessoas. E há 171 mil em estágios
profissionais. Será esta a explicação ou estamos perante um milagre.
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