De
uma longa entrevista que o Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva,
concedeu à Visão, e publicada na edição de 9 de Outubro desta revista,
transcrevemos os seguintes pontos que considerámos mais importantes:
A OM já denunciou várias situações [de perda de qualidade do SNS].
As taxas moderadoras são autênticos copagamentos para a camada da
população imediatamente acima dos que estão isentos delas.
Um estudo da DECO denuncia que 12% das pessoas já não vão às
urgências por falta de dinheiro.
Os países com os quais nos querem comparar, e cujos modelos querem
importar, gastam [em saúde, per capita]
o dobro ou mais.
Quem discute a sustentabilidade do SNS são as pessoas que o querem
destruir.
O desinvestimento brutal na investigação terá consequências
dramáticas no futuro do País, que se poderia afirmar pela qualidade, inovação e
patentes.
Se não mudarmos o modelo de governação, nada neste país será
sustentável.
Estimamos que até ao final do ano saiam 400 [médicos para a
emigração].
O SNS tem cortes para além do preconizado pela troika.
Num país com uma população empobrecida, o grande setor privado
floresce e investe de forma impressionante em contraciclo com a situação
económica.
A minha crítica é a de que o SNS está a perder qualidade e que
isso se enquadra numa estratégia de favorecimento dos grandes prestadores
privados.
As comparações de custo de atos entre o público e o privado são
enviesadas.
Não há um país baseado num sistema privado de saúde em que os
cuidados sejam mais baratos que em Portugal e que ainda seja, ao mesmo tempo,
universal, geral e tendencialmente gratuito.
Entrevista completa Aqui
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