quinta-feira, 9 de outubro de 2014

MUNÍCIPES INDIGNADOS



Segundo a comunicação social, entre 400 e “mais de 500” pessoas concentraram-se esta terça-feira (7 Outubro) frente à Câmara Municipal de Portimão para protestarem contra a nova Taxa Municipal de Protecção Civil (TMPC) que começou a ser cobrada no final de Setembro. O seu montante que não configura senão mais um imposto a ser aplicado aos cidadãos de Portimão, incide sobre o valor patrimonial com uma percentagem de 0,02%.
A indignação entre os atingidos é muito grande porque estamos perante mais um esbulho aos já depauperados rendimentos da maioria dos munícipes. Não colhe, nem de perto nem de longe, a afirmação da Presidente da Câmara de que está obrigada a implementar a taxa já aprovada pelo Executivo anterior. Dizer que “não tinha outro remédio senão pô-lo em funcionamento” tem todo o ar de desculpa mal amanhada e apressada.
Aliás, fica muito mal à Dra. Isilda Gomes a ameaça velada aos munícipes de que “se as pessoas não pagarem a responsabilidade é transferida para os cidadãos” que ficarem a dever. Parece-nos que não foi com base nesta agressividade que ela se dirigiu aos eleitores de Portimão para pedir o seu voto aquando das eleições autárquicas de há um ano…
Ninguém em Portimão contesta o meritório papel da corporação dos Bombeiros Voluntários nem a necessidade do seu financiamento. Só que as verbas para este fim não podem senão provir do orçamento camarário e/ou do poder central. Os cidadãos têm razões para desconfiar que a TMPC agora aplicada se destine a outros objectivos diferentes dos que são anunciados. É de realçar a desconsideração revelada pelo Executivo perante os munícipes depois de fazer incidir sobre eles a taxa máxima de IMI e de derrama.
A promessa de que daqui a um ano, quando for renovado o pagamento, será enviado um relatório circunstanciado informando os munícipes onde a verba arrecadada foi gasta colhe pouco, dado que as pessoas, já muito desconfiadas, terão diminutas possibilidades de conferir o dito relatório e serão tentadas a dar-lhe reduzido crédito.
Por se falar em relatório, certamente os portimonenses gostariam de saber em pormenor quais foram os responsáveis do esbanjamento financeiro que levou a autarquia à beira da bancarrota, em última instância causadora da implementação da TMPC. Desconfiamos que teremos de esperar até ao dia de S. Nunca…
Finalmente, apraz-nos realçar a notícia chegada ao fim da tarde de hoje, segundo a qual um grupo de cidadãos que participou na organização dos protestos contra a implementação da TMPC informou hoje que está em preparação uma providência cautelar “com o objectivo de se proceder à imediata suspensão preventiva da referida taxa, até que seja aferida a legalidade da mesma".
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