Há
muito que se vem a desconfiar que o vírus ébola vai dar origem ao negócio
ébola. Enquanto o vírus foi matando negros de países pobres africanos, ninguém
se lembrou de enfrentar a doença nem através de uma vacina nem por via de uma
medicação eficaz. Há quase 40 anos que o ébola surgiu mas apenas agora, quando
um providencial alastramento da epidemia começou a atingir cidadãos isolados de
países financeiramente mais poderosos, nomeadamente o norte desenvolvido, se
deu conta da necessidade de atalhar o curso da doença.
Torna-se
óbvio que a indústria farmacêutica e outras encontraram agora um filão de
lucros fabulosos, apoiadas por uma colossal campanha que faz lembrar o que
aconteceu há poucos anos relativamente à gripe. Por esse mundo fora, os estados
gastaram quantias colossais de dinheiro em vacinas, uma parte significativa das
quais foi deitada ao lixo pouco tempo depois.
Relativamente
ao ébola, dada a forma como se transmite a doença, são necessários equipamentos
especiais como os fatos de protecção, o que significa mais empresas a
facturarem à custa do medo incutido diariamente na opinião pública em doses
industriais.
Veja-se
esta curta notícia que retirámos do Expresso diário de hoje, onde é fácil perceber-se
como o ébola está a mexer nas bolsas… ainda antes de entrarem em cena as
vacinas.
Os receios de uma epidemia global do
vírus ébola está a dar milhões a ganhar a empresas cotadas em Bolsa.
Esta sexta-feira, em Wall Street,
as ações da biotecnológica Ibio valorizam 8,5% enquanto as da
fabricante de máscaras Alpha Pro sobem 19%. Estas duas empresas só no
último mês valorizaram respetivamente 193% e 72%. Neste período, o índice
S&P 500 caiu 2,2%.
A fabricante de fatos de proteção Lakeland
Industries está hoje a perder 3,5% mas no último mês valorizou 96% em Bolsa,
segundo dados da Reuters.
O medo aumentou depois de um médico que trabalhou
na África Ocidental com pacientes com o vírus ter sido hoje admitido numa
unidade de isolamento em Nova Iorque. Os testes feitos ao médico deram
positivo. É a quarta pessoa a ser diagnosticada com o ébola nos Estados Unidos
e a primeira na maior cidade do país.
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