sexta-feira, 24 de outubro de 2014

NEGÓCIO ÉBOLA



Há muito que se vem a desconfiar que o vírus ébola vai dar origem ao negócio ébola. Enquanto o vírus foi matando negros de países pobres africanos, ninguém se lembrou de enfrentar a doença nem através de uma vacina nem por via de uma medicação eficaz. Há quase 40 anos que o ébola surgiu mas apenas agora, quando um providencial alastramento da epidemia começou a atingir cidadãos isolados de países financeiramente mais poderosos, nomeadamente o norte desenvolvido, se deu conta da necessidade de atalhar o curso da doença.
Torna-se óbvio que a indústria farmacêutica e outras encontraram agora um filão de lucros fabulosos, apoiadas por uma colossal campanha que faz lembrar o que aconteceu há poucos anos relativamente à gripe. Por esse mundo fora, os estados gastaram quantias colossais de dinheiro em vacinas, uma parte significativa das quais foi deitada ao lixo pouco tempo depois.
Relativamente ao ébola, dada a forma como se transmite a doença, são necessários equipamentos especiais como os fatos de protecção, o que significa mais empresas a facturarem à custa do medo incutido diariamente na opinião pública em doses industriais.  
Veja-se esta curta notícia que retirámos do Expresso diário de hoje, onde é fácil perceber-se como o ébola está a mexer nas bolsas… ainda antes de entrarem em cena as vacinas.
Os receios de uma epidemia global do vírus ébola está a dar milhões a ganhar a empresas cotadas em Bolsa.
Esta sexta-feira, em Wall Street, as ações da biotecnológica Ibio valorizam 8,5% enquanto as da fabricante de máscaras Alpha Pro sobem 19%. Estas duas empresas só no último mês valorizaram respetivamente 193% e 72%. Neste período, o índice S&P 500 caiu 2,2%.
A fabricante de fatos de proteção Lakeland Industries está hoje a perder 3,5% mas no último mês valorizou 96% em Bolsa, segundo dados da Reuters.
O medo aumentou depois de um médico que trabalhou na África Ocidental com pacientes com o vírus ter sido hoje admitido numa unidade de isolamento em Nova Iorque. Os testes feitos ao médico deram positivo. É a quarta pessoa a ser diagnosticada com o ébola nos Estados Unidos e a primeira na maior cidade do país.

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