Todos
devemos tomar consciência de que a campanha eleitoral para as Legislativas de
2015 já começou, em especial por parte do Governo.
Os
contribuintes portugueses “andam a ser esfolados vivos” (*) há três anos e a
maioria de direita tem plena consciência de que o maior trunfo que poderá jogar
é uma suposta baixa de impostos. Dizemos “suposta” porque já nos apercebemos de
que a propaganda governamental começou a movimentar-se no sentido de convencer
as pessoas de que o Executivo está a “trabalhar” numa baixa da carga fiscal
para 2015, por coincidência, ano de eleições…
Não
nos iludamos, porque o trabalho da dupla Passos/Portas será, na melhor das
hipóteses, um jogo de resultado nulo, ou seja, os contribuintes ficarem
convencidos de ter havido baixa de impostos, sem que tal se concretize na
prática. Nas televisões não hão-de faltar palradores da área ideológica do
Governo a tentar vender-nos gato por lebre.
No
texto seguinte, que podemos ler no Expresso Economia de ontem (4/10), Nicolau Santos
apresenta-nos um exemplo dos truques governamentais ligados a uma possível
decida do IRS. Não nos deixemos, pois, iludir!
Com
o aproximar das eleições legislativas de 2015, que melhor trunfo pode ter o
Governo do que anunciar uma descida do IRS? Uma pessoa pula de alegria, claro. Mas
depois o cidadão desce aos detalhes. Primeiro não é uma descida do IRS, é uma
decida da sobretaxa de 3,5% sobre o IRS, que nos foi dito que era temporária e
para vigorar durante o ajustamento. E o que se debate não é a sua eliminação mas
uma descida de meio ponto ou um. Mas depois surge nova interrogação: se Bruxelas
está contra a subida do salário mínimo, vai deixar passar uma descida de
impostos? Claro que não. Logo, se houver uma descida da sobretaxa, que será
gritada aos quatro ventos pelo Governo, ela será compensada pela introdução dos
impostos verdes ou por outras maneiras “tão sábias, tão subtis e tão peritas
que não podem sequer ser bem descritas”, como escreveu Sophia. Ou seja, a
anunciada descida da sobretaxa do IRS vai ser um jogo de distribuir e manter a
receita igual. Pense nisto quando lhe disserem que o IRS vai descer.
(*) Nicolau Santos
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