A APRe! Associação de Pensionistas e
Reformados reagiu com “profunda indignação” à promulgação pelo Presidente da
República (PR) do Orçamento de Estado rectificativo para 2014 “que prevê o
alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) a pensões a
partir dos 1000 euros ilíquidos”.
Maria do
Rosário Gama (MRG), líder da APRe!,
deu ontem uma curta entrevista sobre este tema ao Correio da Manhã:
CM – O PR deu luz verde à nova CES. A decisão
surpreende-a?
MRG – Ficámos profundamente indignados
com esta promulgação do Retificativo que vai alargar os cortes nas reformas,
via CES, dos 1350 para os 1000 euros. Na reunião que a APRe! teve em Belém, o
PR afirmou exactamente o contrário.
CM – O que disse nessa reunião?
MRG – Que a CES era um imposto que afetava
um grupo específico da população mais vulnerável… E agora não pede a fiscalização
ao Constitucional? Como é que tinha dúvida há um ano, quando mandou a primeira
CES para o Palácio Ratton, e agora não?
CM – Tem ideia do que terá levado o
Presidente a decidir nesse sentido?
MRG – Apenas podemos supor que outros
valores o comandam, nomeadamente, o apoio ao Governo em sacrificar os
reformados com mais um imposto, além de todos os que já nos obrigam a pagar.
CM – Os cortes vão avançar. Ainda tem
esperança de conseguir travar a nova CES?
MRG – A oposição vai pedir a fiscalização
sucessiva. Pode demorar mais, mas o que queremos é que seja considerada
inconstitucional, como não temos dúvida de que assim será.
Ainda sobre
o alargamento da CES a pensões a partir dos 1000 euros, Pedro Filipe Soares, o líder
parlamentar do BE, reagiu da seguinte forma:
- O PR não tendo feito o que deveria, está, na prática, a ser mais
governista que o Governo. Colocou na gaveta a Constituição e esqueceu-se da sua
obrigação jurada de defender os preceitos constitucionais. Levaremos por diante
um pedido de fiscalização sucessiva.
Sem comentários:
Enviar um comentário