terça-feira, 11 de outubro de 2016

FUNDO DE APOIO MUNICIPAL - UMA NOVA TROIKA EM PORTIMÃO!


Com o sugestivo titulo acima, o Bloco de Esquerda/Portimão toma posição em comunicado com a data de ontem, 10 de Outubro de 2016, sobre a aprovação do Fundo de Apoio Municipal (FAM) pelo Tribunal de Contas.
A “euforia manifestada pelo Executivo Permanente da Câmara Municipal de Portimão com a aprovação do Fundo de Apoio Municipal (FAM) pelo Tribunal de Contas” não tem qualquer justificação já que, “nos próximos 27 anos os Portimonenses irão ficar sujeitos a um verdadeiro garrote e à ditadura dos bancos, sendo obrigados a pagar uma dívida colossal e uma grave crise, pelas quais não são responsáveis”. Aliás, os verdadeiros responsáveis “andam por aí” e, como vem sendo costume nestas ocasiões, a culpa vai morrer solteira…
Eis, e então, o teor do comunicado.
O Bloco de Esquerda não comunga da euforia manifestada pelo Executivo Permanente da Câmara Municipal de Portimão com a aprovação do Fundo de Apoio Municipal (FAM) pelo Tribunal de Contas. Antes pelo contrário, opõe-se de forma veemente ao mesmo. O FAM constitui um atentado à autonomia financeira e administrativa do Município, obrigando-o à aplicação das taxas máximas municipais, penalizando os Portimonenses por um longo período de tempo – 27 anos!
A necessidade de recurso ao FAM em Portimão evidencia anos de gestão ruinosa levada a cabo por sucessivas maiorias PS. De acordo com a proposta de recurso ao FAM, a dívida municipal ascende a 151 milhões de euros e o empréstimo concedido atinge 142 milhões. Mas não deixa de ser dramático que desses 142 milhões, 5 milhões destinam-se a processos judiciais e mais de 121 milhões irão direitinhos para a banca! Não foi para esta calamidade que se conquistou o poder local democrático com a Revolução de abril.
A adesão ao FAM por parte da Câmara de Portimão representa um agravamento da política  injusta até aqui seguida, estabelecendo os impostos municipais nas taxas mais elevadas, irá diminuir os apoios sociais às famílias e coletividades e significará uma espécie de troika sobre o Município e os seus órgãos democraticamente eleitos – durante vários mandatos autárquicos. O impacto dos Impostos Municipais, em particular do IMI e a participação variável no IRS constituem esforços duros e acrescidos a suportar pelos Portimonenses. Isto não falando nas elevadas tarifas de água, saneamento e de resíduos sólidos urbanos. O FAM também irá obrigar à redução do pessoal nos próximos anos.
O recurso ao FAM, para além de politicamente indesejável, não oferece a mínima credibilidade quanto aos objetivos propostos, considerando que a fundamentação das estimativas de receita não apenas é falaciosa, como até contraditória.
Nos próximos 27 anos os Portimonenses irão ficar sujeitos a um verdadeiro garrote e à ditadura dos bancos, sendo obrigados a pagar uma dívida colossal e uma grave crise, pelas quais não são responsáveis. Mas há responsáveis e eles andam por aí.
A Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda/Portimão

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