Apresentamos a seguir os pontos fortes da
entrevista de Catarina Martins ao Público (edição de hoje)
- 2017 é um ano de risco do ponto de vista internacional.
Estamos a viver um ano complicado e com muitos riscos.
- Enfim, vivemos uma conjuntura internacional muito instável. E
uma conjuntura europeia muito complicada.
- Mas eu diria que, no que diz respeito ao BE, este não é um ano
de mais risco do que qualquer outro.
- Não há nenhuma divergência [com o Governo] que seja nova.
- Atrevia-me a dizer que a democracia ganha com situações mais
complexas do que com situações simples.
- Nós avançámos muito rapidamente nalgumas matérias do acordo –
noutras estamos a avançar mais lentamente. E estamos a abrir negociações em
matérias novas.
- O acordo não foi ainda cumprido, há dois pontos que são
relativamente complicados do ponto de vista orçamental (…) e que são uma maior
progressividade do IRS e também o problema de termos salários e carreiras
congeladas na função pública há muito tempo.
- Na parte do acordo com medidas gerais, não se previa nenhum
acordo sobre um aumento extraordinário de pensões que foi agora possível fazer
neste Orçamento.
- Para o BE é importante que o acordo que fizemos seja cumprido.
- Queremos muito voltar a ter novos escalões em IRS, queremos
muito que os serviços públicos tenham condições para funcionar, queremos muito
reactivar a contratação colectiva.
- A recomposição de direitos do trabalho não tem efeitos
orçamentais e, portanto, não tem de esperar por nenhum OE, nem cria nenhum
problema com limites de défice ao Governo.
- Nós achamos que é muito importante credibilizar os caminhos
que decidimos fazer em conjunto.
- Julgo que seria um tremendo erro se o [primeiro-ministro
estivesse a preparar-se para antecipar eleições]. Não acredito que o esteja a
fazer.
- À partida o acordo tem matérias que nós sabemos que precisam
de uma legislatura para serem cumpridas.
- Não desistindo nós de um ideal, de um caminho para o
socialismo, nunca abdicamos de, na relação de forças concreta, fazer propostas
que possam melhorar a vida das pessoas agora.
- As propostas do PCP são, desse ponto de vista, tão
sociais-democratas como as nossas.
- Uma coisa é certa, o projecto social-democrata é impossível no
momento em que deixa de existir controlo público sobre os sectores estratégicos
da economia.
- Quando um Estado não controla os seus sectores estratégicos
fica sem os recursos financeiros necessários e sem a capacidade estratégica
necessária para defender os meios necessários ao Estado Social.
- [Nas autárquicas os objectivos do BE passam por] aumentar a
nossa representação no poder autárquico, aumentar o número de eleitas e
eleitos.
- Se a pergunta é: o BE teria disponibilidade para negociar
tendo em conta projectos políticos concretos? Teremos.
- De facto, nós temos feito um trabalho autárquico que, sendo
escondido, é bastante competente e tem vindo a crescer.
- Julgo que a experiência que estamos a viver hoje a nível
nacional demonstra às pessoas que o BE é tecnicamente bem preparado e capaz de
fazer propostas.
- [Nas
autárquicas] o BE nunca negociará com PSD e CDS, com a direita.
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