Não havendo temperaturas excessivamente baixas em
Portugal os motivos para esta elevada taxa de mortalidade só podem ser económicos,
já que as pessoas não conseguem aquecer as suas casas. 23,8% da população não
consegue manter a sua casa quente, segundo um estudo recente do Parlamento
Europeu sobre a pobreza energética. A média europeia são 10% e Espanha chega
aos 11%.
A média europeia de mortalidade nos meses de inverno
foi de 15%, Portugal chegou aos 28%, seguida da Irlanda e Espanha (21%) e
Itália (18%). Chipre (23%) e Malta (29%).
Dos 14 países para os quais existem dados disponíveis,
Portugal ganha muito destaque pela má qualidade da habitação. Apenas 6% têm
tectos isolados ou paredes, apenas 3% tem janela de vidros duplos, apenas 2%
tem o chão isolado.
Segundo o Jornal de Epidemiologia e Saúde Comunitária "Os
países com níveis elevados de pobreza e desigualdade de rendimentos (Grécia,
Irlanda e Portugal) também demonstram o maior coeficiente de variação sazonal
da mortalidade." (...) "Suécia, Noruega e Finlândia têm padrões de
eficiência energética muito elevados em suas casas para combater os ambientes
externos comparativamente graves experimentados nesses países. No entanto, os
dados disponíveis sobre os padrões térmicos do Sul e da Europa Ocidental
ilustram uma baixa penetração de medidas de poupança de energia, tais como
isolamento de paredes de cavidades, isolamento de telhados, isolamento de
pavimentos e janelas com vidros duplos; Este é especialmente o caso em Portugal
e Grécia, embora a Irlanda e o Reino Unido também faça relativamente mal."
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