A professora Roseli
Fígaro da Escola de Cominocação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) analisa
de forma muito clara e acessível como as tecnologias digitais impõem desafios
às organizações dos trabalhadores; "a nossa informação se torna mercadoria
e sustenta o grande bolo do capital internacional", diz.
É impossível
pensar o mundo do trabalho sem a comunicação. Desde as relações interpessoais
até as normativas que organizam as funções, a comunicação ocupa lugar central.
Nesse sentido, precisamos compreender como esses processos são desenvolvidos na
organização do trabalho e, portanto, no próprio capitalismo. Das grandes
indústrias, ainda no século XIX, até às tecnologias contemporâneas, é
fundamental discutir como os mecanismos comunicacionais organizam a produção
geral da sociedade.
Essa é
uma das análises de Roseli Fígaro, doutora em ciências da comunicação e
professora da ECA-USP, ao discutir o Papel
da Comunicação nas Mudanças no Mundo do Trabalho.
Parte 1
Parte 2
Para a
especialista, devemos problematizar a nossa relação com as tecnologias no mundo
do trabalho. Mesmo em casa ou usando aplicativos de bancos, estamos fornecendo
dados de forma gratuita às grandes coorporações.
"A
nossa informação se torna mercadoria e sustenta o grande bolo do capital
internacional. Então, os grandes conglomerados de media hoje são três ou quatro
empresas mundiais que não só controlam as tecnologias, mas também as
informações. O telemóvel hoje não é mais uma mercadoria, mas sim as informações
que você coloca ali", afirma Roseli.
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