domingo, 3 de abril de 2011

PCP não descarta coligação com Bloco de Esquerda para formar governo

O líder do PCP disse hoje esperar que as eleições legislativas permitam um governo patriótico de esquerda, e que o partido está disponível para fazer alianças com o BE, depois das eleições, desde que este clarifique os seus objectivos.

“Há muitos homens e mulheres, portugueses preocupados com o futuro do país, que procuram dar uma contribuição para travar este rumo. Em relação ao BE, é preciso que clarifique os seus objectivos, mas não temos nenhum preconceito em considerar que existam portugueses também preocupados com a situação, dispostos a fazer um esforço para esse governo patriótico e de esquerda”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP falou depois do partido ter decidido ir a votos em coligação com o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) para as eleições legislativas. Jerónimo de Sousa expressou a expectativa de que as eleições permitam a formação de um governo patriótico de esquerda.

“Um governo cuja viabilidade e apoio político e institucional está nas mãos do povo português com a sua posição, a sua luta e o seu voto”, declarou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, no final da reunião do Comité Central.

O órgão máximo do PCP considerou que a formação de um “governo patriótico e de esquerda” é um “imperativo inadiável” e recusou a ideia de um “governo de salvação nacional” constituído pelo PS, PSD e CDS-PP, “aqueles que têm enterrado e querem continuar a enterrar o país”.

Jerónimo de Sousa frisou que o secretário-geral do PS, José Sócrates, já se afirmou disposto “a trilhar o mesmo caminho” das medidas de austeridade e dos “PEC”. “Como não estamos em tempo de milagres, não acreditamos nessa mudança”, afirmou.

Para Jerónimo de Sousa, um “governo patriótico e de esquerda” seria a verdadeira “alternativa política” para o país, que “não pode ficar condenado” ao “governo do arco-da-velha política”, disse, referindo-se às propostas para um Governo PS, PSD e CDS-PP.

Uma política alternativa deverá apostar “na renegociação da dívida”, na diversificação das fontes de financiamento e das relações económicas”. Jerónimo de Sousa insistiu que a chamada “ajuda do FMI” não é uma ajuda, é um “perigo” para a soberania, direitos sociais, sector público, para o emprego e para os salários.

“Apetece-me dizer que o que o PS e o PSD propõem é apenas a escolha da árvore em que o país pode ser enforcado. Nós não aceitamos nem FMI nem essa ajuda entre aspas que procura por em causa a nossa soberania”, afirmou.

Para preparar as eleições legislativas de 5 de Junho, o Comité Central do PCP marcou para o dia 17 de Abril um Encontro Nacional e vai lançar uma acção nacional que visa atingir o milhão de contactos de rua com trabalhadores.

F. Oliveira

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