Embora certas afirmações proferidas por
determinadas personalidades tragam a marca de lágrimas de crocodilo, a verdade
é que o que fica são as palavras. E as palavras proferidas ontem pela senhora
Christine Lagarde, directora-geral do FMI não são passíveis de interpretação
dúbia. O problema é que deveriam ser seguidas de actos correspondentes mas, tal
como em ocasiões anteriores, tal não irá certamente acontecer.
De facto é importante o
reconhecimento de uma personalidade como Lagarde de que "adesigualdade da riqueza está a aumentar em todo o mundo e de forma expressiva" assim como a existência de mais de 200 milhões de pessoas àprocura de trabalho com os “efeitos perniciosos” que essa situação tem sobre a
estabilidade política e social. Porém, as acções que uma instituição como o FMI
leva a cabo não contribuem em nada para a alteração do status quo actual, antes o reforçando. Que o diga Portugal onde a
receita patrocinada pelo FMI tem levado a um brutal aumento do desemprego a par
de uma cada vez mais deficiente distribuição da riqueza. Esta é a realidade nua
e crua que a senhora Lagarde também deveria reconhecer.
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