Veio hoje a público que a taxa de
desemprego na Grécia atingiu em Novembro passado o recorde histórico de aproximadamente
28%. São 1,38 milhões de pessoas que estão sem trabalho embora o nível etário mais
afectado seja o dos jovens com menos de 25 anos onde mais de 6 em cada 10 estão
desempregados.
No começo da crise, em Novembro de 2008,
a taxa de desemprego cifrava-se nos 7,5%.
As medidas de austeridade levaram a
economia do país a encolher um quarto durante quatro anos. Com o corte de gastos
e tentativas de reestruturação, assim como com a quebra do turismo, uma das
principais fontes de receita do país, é espectável que a taxa de desemprego
suba ainda mais no primeiro trimestre de 2014.
Comparado com a taxa média na zona euro (12%),
o desemprego grego representa mais do dobro.
Tal como acontece por cá, vão surgindo
alguns indicadores que sugerem uma anémica recuperação da economia grega, mas estudos
apontam que uma redução significativa do desemprego não se fará em menos de
duas décadas.
Antes da brutal aplicação das medidas de
austeridade, a Grécia crescia anualmente entre 3% e 5%, gerando uma média de 50
mil empregos.
Como conclusão, somos levados a constatar
pontos comuns entre a situação na Grécia e a nossa: 1) As medidas de
austeridade destruíram parte significativa da economia; 2) Temos de esperar, pelo
menos 20 anos para se assistir a uma recuperação significativa de postos de
trabalho; 3) A recuperação económica é muito débil apesar de um ou outro sinal
positivo; 4) Elevadas taxas de desemprego (a nossa verdadeira taxa de
desemprego é superior a 20%), especialmente entre os jovens; 5) Quebra
significativa dos salários e das prestações sociais.
Em Portugal, o discurso do poder sobre um
suposto sucesso económico que já se vislumbra, é, portanto, pura manipulação da
realidade para efeitos da campanha eleitoral que se aproxima.
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