quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A GRÉCIA E NÓS


Veio hoje a público que a taxa de desemprego na Grécia atingiu em Novembro passado o recorde histórico de aproximadamente 28%. São 1,38 milhões de pessoas que estão sem trabalho embora o nível etário mais afectado seja o dos jovens com menos de 25 anos onde mais de 6 em cada 10 estão desempregados.
No começo da crise, em Novembro de 2008, a taxa de desemprego cifrava-se nos 7,5%.
As medidas de austeridade levaram a economia do país a encolher um quarto durante quatro anos. Com o corte de gastos e tentativas de reestruturação, assim como com a quebra do turismo, uma das principais fontes de receita do país, é espectável que a taxa de desemprego suba ainda mais no primeiro trimestre de 2014.
Comparado com a taxa média na zona euro (12%), o desemprego grego representa mais do dobro.
Tal como acontece por cá, vão surgindo alguns indicadores que sugerem uma anémica recuperação da economia grega, mas estudos apontam que uma redução significativa do desemprego não se fará em menos de duas décadas.
Antes da brutal aplicação das medidas de austeridade, a Grécia crescia anualmente entre 3% e 5%, gerando uma média de 50 mil empregos.
Como conclusão, somos levados a constatar pontos comuns entre a situação na Grécia e a nossa: 1) As medidas de austeridade destruíram parte significativa da economia; 2) Temos de esperar, pelo menos 20 anos para se assistir a uma recuperação significativa de postos de trabalho; 3) A recuperação económica é muito débil apesar de um ou outro sinal positivo; 4) Elevadas taxas de desemprego (a nossa verdadeira taxa de desemprego é superior a 20%), especialmente entre os jovens; 5) Quebra significativa dos salários e das prestações sociais.
Em Portugal, o discurso do poder sobre um suposto sucesso económico que já se vislumbra, é, portanto, pura manipulação da realidade para efeitos da campanha eleitoral que se aproxima.
Mais Aqui e Aqui

Sem comentários:

Enviar um comentário