A propaganda deste Governo alinha pelo
pensamento de um dirigente nazi segundo o qual, uma mentira muitas vezes
repetida transforma-se em verdade. O pior é que, muita comunicação social, conscientemente
ou não, ajuda à divulgação de mentiras que acabam por se transformar em supostas
realidades. Um dos exemplos recentes desta propaganda é o que se refere aos
números do desemprego. Repetir até à exaustão números falseados de cidadãos sem
trabalho não contribui certamente para fazer crescer o emprego. E isto deve ser
amplamente divulgado para que a população portuguesa não seja iludida, em
especial, numa altura em que se aproximam actos eleitorais – eleições para o
Parlamento Europeu daqui a três meses e legislativas em 2015. Supostos êxitos das
medidas de austeridade levadas a cabo desde 2011 só interessam à maioria de
direita, obviamente, numa política de caça ao voto.
Não deve constituir regozijo para ninguém
que muito mais de 1 milhão de portugueses em idade activa esteja sem trabalho há
vários anos e, muitos deles, sem perspectivas de o virem a ter no resto da sua
vida. Mas também é desonesto que se criem ilusões nas pessoas, sabendo-se que
as políticas de austeridade implementadas até agora e com amplificação prevista
a curto e médio prazo não irão permitir a criação segura de postos de trabalho.
Os que agora vão aparecendo são poucos e maus, com jornadas de trabalho a
crescerem e salários a diminuírem.
Mais uma personalidade ligada ao mundo do
trabalho, o Presidente da UGT/Coimbra, vem denunciar, no texto seguinte, o “agravamento
dos níveis de desemprego” em 2013
Os recentes dados
divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE) apontam para o agravamento
dos níveis de desemprego
no ano de 2013, contrariando assim as notícias que o Governo tem
trazido a público, quase sempre acompanhadas de fanfarra, de que o número de
desempregados em Portugal é hoje menor. Pois quem faz pouco aproveita para
se vangloriar de tudo.
Naturalmente que um
desempregado a menos deve ser para todos motivo de satisfação, mas não de
euforias desmesuradas, que são apagadas por estas bandas com uma simples
passagem num qualquer “centro de desemprego”.
O discurso que marca a
atuação deste governo é absolutamente desadequado, pois não tem em conta todos
os indicadores disponíveis e muito menos as reais dificuldades que
continuamente são impostas, e diariamente vivenciadas pelos desempregados e as
suas famílias. Esta situação é tanto mais grave, se tivermos em conta que há já
um elevado número de desempregados que não recebe qualquer prestação de
desemprego, vivendo em condições absolutamente desumanas, muitas vezes só
ultrapassadas pela caridade.
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