O
capitalismo global vive hoje dessa tensão entre a apologia da maximização da
circulação dos capitais e a contenção da circulação global de trabalhadores.
(…)
[Na
Suíça] É um facto que há sectores inteiros - como a construção, a indústria
farmacêutica, os cuidados básicos de saúde ou a produção de máquinas para
exportação - que dependem do trabalho de imigrantes.
(…)
O
que conduz as políticas migratórias é antes, cada vez mais, o medo estúpido que
se alimenta de perceções distorcidas da realidade.
(…)
O referendo
suíço é um desafio à União Europeia e ao seu discurso sobre a liberdade de
circulação como pilar da construção europeia.
Os nossos governantes, desde
logo o primeiro-ministro, apresentam-se como mercenários políticos do poder
financeiro e económico nacional e internacional.
(…)
Esta semana prosseguiu a
campanha do êxito da ida aos mercados, quando os juros que nos impuseram, acima
dos 5%, são impeditivos do desenvolvimento do país.
(…)
O Governo repete, até à
exaustão, o discurso da autonomia para a Escola, mas executa as políticas mais
centralizadoras de sempre para estrangular a escola pública, desvalorizar e
humilhar os professores.
(…)
As alterações à legislação
laboral relativas ao "despedimento por extinção do posto de
trabalho", medida combinada com a troika, só têm um objetivo: os patrões
poderem despedir como quiserem.
Ao defender que o vencimento
do trabalhador seja um critério para despedir, e logo um dos principais, o que
o Governo faz é passar um atestado de dispensa a todos os trabalhadores e
trabalhadoras na casa dos 50 anos.
Em
julho desse ano [2012], Mario Draghi declarou que o BCE faria "tudo o que
fosse preciso", intervindo através da compra "ilimitada" de
obrigações públicas no mercado secundário.
Este fascismo contemporâneo nasce
principalmente, não da imposição de uma ideologia, de uma crença ou de uma
finalidade, mas, justamente ao invés, da omissão de quaisquer valores de
natureza ética e, contra toda a reflexão, de uma espécie de triunfo brutal da
ignorância.
Quando a segunda figura do
Estado acha que a celebração da liberdade deve ser custeada por uma parceria
público-privada, está tudo dito sobre a qualidade atual da nossa democracia. Vende-se.
Barato.
Joana Amaral Dias, CM (sem
link)
O Estado português financia
os bancos para que estes possam ganhar dinheiro com o próprio Estado.
Paulo Morais, CM (sem
link)
Parafraseando Fernando Pessoa,
em Angola Deus quer, Isabel sonha e a compra faz-se. E convém não esquecer que
Deus é da família de Isabel dos Santos.
Nicolau Santos, Expresso Economia (sem
link)
A Irlanda não teve um
cautelar – um seguro que reduz a incerteza nas idas ao mercado – porque as exigências
colocadas pela Comissão e pelo BCE eram inaceitáveis e porque a Europa revelou
toda a sua incapacidade política.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem
link)
Vende-se
austeridade. Custo: uma geração.
Vende-se ilusão de que
ultrapassámos a crise. Custo: 130% de dívida pública.
Pedro Santos Guerreiro,
Expresso (sem
link)
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