Em
entrevista publicada ontem no jornal i, afirma Fernando Rosas que “é preciso a esquerda preparar-se para um duríssimo combate com a União Europeia”. Tem todo
o sentido esta chamada de atenção do antigo dirigente do Bloco de Esquerda pois
a ideologia dominante no espaço europeu é do mais puro radicalismo de direita,
sem a mais pequena hipótese de respeito pela vontade dos povos expressa em
eleições livres e democráticas. Para esse trabalho sujo, a ortodoxia de Bruxelas
tem instalada em Portugal uma quinta coluna que não olha a meios, incluindo a
mentira e a demagogia mais descaradas, para dificultar ao máximo o trabalho do actual
Governo ancorado à esquerda. Começa a recear-se que as intensas manobras de
propaganda capitaneadas pela direita mais revanchista, (colocada em minoria nas
últimas eleições), com o óbvio apoio do grande capital, se sobreponham à
realidade dos factos no sentido da colocação em prática de algumas ténues
medidas anti-austeritárias propostas no Orçamento do Estado (OE) para 2016.
É absolutamente falso o que alguns
títulos da comunicação social, declarações de dirigentes do PSD e CDS e
comentários de jornalistas alinhados com a anterior maioria de direita pretendem
fazer crer à opinião pública no sentido de “um gigantesco aumento de impostos” que
aí vem com a entrada em vigor do OE 2016. Curiosamente, como podemos observar no
gráfico seguinte, o valor das receitas fiscais previsto no Programa de Estabilidade
do Governo PSD/CDS era superior ao do OE 2016 com a agravante de continuar a
penalizar os sectores mais débeis da nossa sociedade…
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