Já
tem chegado ao conhecimento público a utilização de pessoas de países pobres –
a designação “em desenvolvimento” é uma fraude – que são utilizadas como
cobaias para experimentações de novos medicamentos. Muitas vezes essas pessoas
não sabem ao que vão mas aceitam aquela condição a troco de pagamentos
miseráveis mas significativos em relação aos seus parcos rendimentos.
A
notícia agora divulgada tem a ver com a utilização de medicamentos falsos nos
países ditos “em desenvolvimento”. É a insuspeita Organização Mundial de Saúde (OMS)
que vem afirmar que cerca de um em cada dez medicamentos nos países pobres são
falsos o que significa que não produzem qualquer efeito benéfico para quem os
toma.
Trata-se
de uma situação de extrema gravidade mas com uma divulgação muito restrita
tanto quanto nos foi possível constatar. A seguir transcrevemos na integra a
notícia que encontrámos numa página interior do “Diário as beiras” de ontem,
30/11/2017.
Cerca
de um em cada 10 medicamentos nos países em desenvolvimento são contrafeitos ou
não cumprem os requisitos mínimos, afirmou o Sistema Mundial de Vigilância e
Monitorização de produtos médicos de qualidade inferior e falsificados (GSMS),
da OMS.
De
acordo com o sistema criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), estes
medicamentos são usados para tratar doentes com a malária e pneumonia, e,
provavelmente, responsáveis pela morte de dezenas de milhares de crianças.
Esta
é a primeira tentativa por parte da agência de saúde da ONU de abordar o
problema, com cerca de 100 estudos realizados por especialistas, envolvendo
cerca de 48000 produtos médicos, sendo que 65% dos considerados falsificados
eram usados para tratar a malária.
“Imagine
uma mãe que não come, ou dispensa outras necessidades básicas, para pagar o
tratamento do seu filho, sem saber que esses medicamentos não cumprem os
requisitos mínimos ou são falsificados, e que esse mesmo tratamento causa a
morte do sei filho. Isto é inaceitável”, apontou o diretor-geral da OMS, Tedros
Adhanom Ghebreyesus.
Segundo
o responsável pela agência, este problema afeta os países mais pobres, nos
quais, entre 72000 e 169000 crianças podem estar a morrer de pneumonia todos os
anos, depois de receberem fármacos falsos.
Também
os cientistas da Universidade de Edimburgo, e da Escola de Higiene e Medicina Tropical
de Londres afirmaram que esta contrafação de remédios pode ser responsável por
mais de 116000 mortes de malária, principalmente em países da África
subsariana.
Em 2013, a OMS recebeu cerca
de 1500 queixas de medicamentos problemáticos, que incluíam fármacos para
doenças do coração, diabetes, problemas de fertilidade, doenças mentais e
cancro, tal como vacinas falsas contra a febre-amarela e a meningite. A OMS
acredita que os países têm gasto cerca de 30 biliões em medicamentos
contrafeitos.
Sem comentários:
Enviar um comentário