sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

MEDICAMENTOS FALSOS NOS PAÍSES POBRES



Já tem chegado ao conhecimento público a utilização de pessoas de países pobres – a designação “em desenvolvimento” é uma fraude – que são utilizadas como cobaias para experimentações de novos medicamentos. Muitas vezes essas pessoas não sabem ao que vão mas aceitam aquela condição a troco de pagamentos miseráveis mas significativos em relação aos seus parcos rendimentos.
A notícia agora divulgada tem a ver com a utilização de medicamentos falsos nos países ditos “em desenvolvimento”. É a insuspeita Organização Mundial de Saúde (OMS) que vem afirmar que cerca de um em cada dez medicamentos nos países pobres são falsos o que significa que não produzem qualquer efeito benéfico para quem os toma.
Trata-se de uma situação de extrema gravidade mas com uma divulgação muito restrita tanto quanto nos foi possível constatar. A seguir transcrevemos na integra a notícia que encontrámos numa página interior do “Diário as beiras” de ontem, 30/11/2017.
Cerca de um em cada 10 medicamentos nos países em desenvolvimento são contrafeitos ou não cumprem os requisitos mínimos, afirmou o Sistema Mundial de Vigilância e Monitorização de produtos médicos de qualidade inferior e falsificados (GSMS), da OMS.
De acordo com o sistema criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), estes medicamentos são usados para tratar doentes com a malária e pneumonia, e, provavelmente, responsáveis pela morte de dezenas de milhares de crianças.
Esta é a primeira tentativa por parte da agência de saúde da ONU de abordar o problema, com cerca de 100 estudos realizados por especialistas, envolvendo cerca de 48000 produtos médicos, sendo que 65% dos considerados falsificados eram usados para tratar a malária.
“Imagine uma mãe que não come, ou dispensa outras necessidades básicas, para pagar o tratamento do seu filho, sem saber que esses medicamentos não cumprem os requisitos mínimos ou são falsificados, e que esse mesmo tratamento causa a morte do sei filho. Isto é inaceitável”, apontou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo o responsável pela agência, este problema afeta os países mais pobres, nos quais, entre 72000 e 169000 crianças podem estar a morrer de pneumonia todos os anos, depois de receberem fármacos falsos.
Também os cientistas da Universidade de Edimburgo, e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres afirmaram que esta contrafação de remédios pode ser responsável por mais de 116000 mortes de malária, principalmente em países da África subsariana.
Em 2013, a OMS recebeu cerca de 1500 queixas de medicamentos problemáticos, que incluíam fármacos para doenças do coração, diabetes, problemas de fertilidade, doenças mentais e cancro, tal como vacinas falsas contra a febre-amarela e a meningite. A OMS acredita que os países têm gasto cerca de 30 biliões em medicamentos contrafeitos.

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