Os mais velhos não esquecem que houve um tempo na vida deste país que quem queria saber o que por cá se passava tinha de sintonizar os seus rádios em emissoras estrangeiras que tinham noticiários em língua portuguesa. Vivíamos numa ditadura, com toda a comunicação social sujeita a uma feroz censura.
Actualmente começam a sentir-se muitas situações de um claro controlo da informação que chega à maioria dos portugueses. Vivemos em regime dito democrático mas onde, cada vez menos se leva a democracia à prática por via dos poderes fácticos que controlam os sectores mais importantes da vida do país. Exemplo disso é o que se está a passar com a greve dos estivadores, alvo das maiores críticas de associações patronais e dos comentadores do regime mas onde as razões dos visados não chegam à opinião pública. Uma das ideias que fica é que os principais portos do país se encontram totalmente paralisados devido a uma greve que não há maneira de chegar ao fim por culpa dos trabalhadores e das suas organizações mais representativas. Começam a fazer-se apelos à requisição civil e a outras formas de pressão sobre os trabalhadores. A realidade é que estes cumprem, de facto, o seu horário de trabalho, oito horas, mas não mais do que isso.
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