A radical mudança imposta por este Governo em matéria de prestações e políticas sociais, substituindo os princípios da universalidade e da titularidade por uma orientação sociocaritativa que desonera o Estado da responsabilidade pelo equilíbrio e pela coesão sociais e que opera cortes brutais nos montantes destas prestações, está a ter como consequência um agravamento dramático da intensidade da experiência de pobreza dos mais pobres em Portugal.
(…)
Em 2009, os 10% de portugueses mais pobres tinham um salário médio de 458 euros, enquanto os 10% mais ricos recebiam em média sete vezes mais.
À exceção de casos particulares de cortes que deviam ser feitos - rendas das PPP e diversas outras concessões - os cortes no lado da despesa implicariam, além de um efeito recessivo, uma retração e degradação da provisão pública em domínios cruciais como a saúde, o ensino e os transportes, acompanhados de aumento dos custos de acesso a estes serviços. Algum alívio da carga fiscal seria substituído por destruição mais acelerada do Estado Social e por aumento dos preços de bens essenciais.
A primeira decisão da nova administração da RTP foi contatar uma agência de comunicação. Eu pensava que toda a RTP servia para “comunicar”, pelo que não precisava de agências de comunicação para nada. É como se um jornal contratasse assessores de imprensa. A não ser que o jogo seja outro.
José Pacheco Pereira, Sábado (sem link)
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