Isabel Jonet (IJ), a banqueira da fome, debitou há semanas uma série de dislates que extravasam em muito o âmbito das funções que desempenha mas, pior do que isso, o seu discurso encaixa em cheio na retórica do poder neoliberal vigente. Contou, depois, com a colaboração da imprensa do regime para o branqueamento das suas inconcebíveis afirmações. Muita gente ficou de pé atrás em relação a IJ e não terá contribuído para a recente recolha de géneros. Felizmente, para o Banco Alimentar Contra a Fome, os estragos causados pela sua principal dirigente não tiveram os efeitos que se chegou a temer.
De qualquer maneira, para provar que a senhora não desviou uma linha do seu pensamento, vieram novas declarações (desta vez mais cuidadosas) em entrevista ao CM onde ela justifica os “casos de crianças que chegam com fome às escolas” com a “não responsabilização e falta de tempo dos pais”. Muito provavelmente, as crianças vão para a escola sem comer porque os seus pais não têm dinheiro para comprar pão nem leite e, muito menos, manteiga. Não passa pela cabeça de IJ que essas crianças, muitos milhares, são filhas de desempregados e/ou precários, muitos deles nem o salário mínimo recebem ou mesmo o subsídio de desemprego.
Tal como o poder liberal defende, esta senhora também entende que as desigualdades sociais e a fome se combatem com uma política assistencialista e não com uma justa distribuição da riqueza.
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