domingo, 16 de dezembro de 2012

PRIVATIZAÇÃO DA ANA


A alienação de tudo o que mexe no sector público, para além de revelar um evidente fanatismo ideológico, pode também esconder algo menos prosaico se tivermos em atenção o envolvimento do ministro Relvas na sua consecução. É que, as nossas joias da coroa estão a ser vendidas a preço de saldo, ao desbarato, sem qualquer preocupação pela defesa dos interesses nacionais já que se trata, em muitos casos, de monopólios naturais. O caso da empresa pública de gestão de aeroportos, ANA, é paradigmático pois tem a ver com um monopólio altamente rentável cuja venda não tem justificação de qualquer espécie.

O texto seguinte é o comentário de Nicolau Santos no Expresso Economia sobre este negócio da China… para quem compra.


O MELHOR NEGÓCIO DO ANO

O melhor negócio do ano vai ser a privatização da ANA. Quem ganhar leva um porquinho mealheiro que lhe permitirá ganhar rapidamente e em segurança o que oferecer pela empresa, como lhe garantirá um negócio com uma rentabilidade operacional na casa dos 50% (onde é que existe hoje outro negócio assim?!) e, a cereja em cima do bolo, sem concorrência, nem agora nem no futuro! Co efeito, a ANA gere os aeroportos nacionais – e não devem aparecer interessados em construir novos aeroportos. A ANA cobra demasiado pelos serviços que presta – e se o INAC não travou isso até agora, não terá mais força para o fazer depois da venda. E os clientes da ANA não têm alternativa. Não se vislumbra, pois, melhor negócio do que este. Mas sobram as interrogações: o vencedor será obrigado a investir em todos os aeroportos ou apostará só no de Lisboa? E como fica a construção de um novo aeroporto? Pouco importa. O encaixe é agora. O futuro é um prado que a vaca comeu.

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