sexta-feira, 29 de março de 2013

CUVI PROMOVE NOVAS ACÇÕES DE PROTESTO




Foi hoje levada a cabo pela Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) uma acção de protesto simbólica junto da ponte internacional do Guadiana.

De qualquer maneira é bom não esquecer que, embora ainda sem data marcada, estão previstas novas acções contra as portagens, já a ser levadas a cabo em Abril – em data a divulgar proximamente – conforme nota de imprensa divulgada pela CUVI três semanas atrás. (10 Março 2013). Recorde-se o essencial do teor da mesma:

Reunida este fim-de-semana [9 Março] em Armação de Pera, a Comissão de Utentes da Via do Infante analisou a gravíssima situação em que se encontra o Algarve e agendou novas ações de luta contra as portagens na A22, que irão ocorrer no próximo mês de abril.

Passados 15 meses desde a introdução das portagens por imposição do governo PSD/CDS, o Algarve mergulhou num dos períodos mais negros da sua História, pois está a viver uma terrível tragédia social e económica – tal como a Comissão de Utentes anunciou na devida altura. As portagens agravaram a crise dramaticamente.

De acordo com os dados recentemente disponíveis, é na região algarvia onde o desemprego é mais elevado, com uma taxa em sentido restrito de 19,7% e em sentido lato com cerca de 28%, o que atinge a cifra colossal de 70 mil pessoas desempregadas! A somar a isto temos o encerramento de centenas de empresas, a economia paralisada, os suicídios a crescer, as filas de trânsito intermináveis na EN 125 e os muitos feridos e mortos que não param de aumentar nesta via. Em pouco mais de dois meses, desde o início do ano, já se verificaram nas estradas algarvias 13 mortes, onde se inclui 5 atropelamentos mortais em apenas um mês. O Algarve e as suas populações estão a viver um inferno perfeito!

Por outro lado e segundo dados da CCDR/Algarve relativos ao último trimestre de 2012, o tráfego na Via do Infante continuou a decrescer, situando-se em cerca de menos 50% relativamente a igual período do ano de 2011. O fim das isenções em Setembro terão contribuído para a quebra acentuada do tráfego nessa via.

A complicar negativamente toda a situação, as obras de requalificação na EN 125 continuam paradas e não se sabe se alguma vez recomeçarão. Os perigos de acidentes mortais espreitam a todo o momento nesta “rua urbana”, de novo considerada uma “estrada da morte”.

Para além do que se referiu, também se sabe que as portagens estão a onerar de forma muito pesada os contribuintes, beneficiando obscena e descaradamente, em muitas dezenas de milhões de euros, a concessionária! Este governo, tão ágil em atacar os mais fracos, ainda não teve a coragem de acabar com este escândalo, que só beneficia as clientelas poderosas.

Perante um quadro tragicamente tão negro que se vive na região algarvia, a Comissão de Utentes considera como um imperativo emergente levar a cabo um conjunto de ações, envolvendo todos os utentes, a sociedade civil e todas as entidades do Algarve para a abolição definitiva das portagens na Via do Infante. O levantamento das portagens permitirá aliviar um pouco a tragédia que se abateu sobre o Algarve. Só com a luta firme, determinada, abrangente e cada vez mais forte será possível acabar com as portagens.

Neste sentido, a Comissão de Utentes decidiu o seguinte:

- declarar todo o governo e em particular o 1º ministro, o ministro da Economia, o ministro das Finanças, o ministro dos Negócios Estrangeiros e, também, o Presidente da República, como governantes fora-da-lei, pois são os principais responsáveis por autênticos crimes que se estão a cometer sobre o Algarve e as suas populações devido à imposição das famigeradas portagens;

- desenvolver e apelar, a partir de agora, a uma campanha de desobediência civil de todos os utentes e demais população – que se prolongará até e durante o verão - que poderá passar por diversas iniciativas envolvendo a EN 125, a Via do Infante e outras localidades do Algarve;

- levar a cabo uma marcha lenta de viaturas nos finais do mês de abril, na EN 125, entre as cidades de Faro e de Olhão, podendo ocorrer diversas ações-surpresa durante a marcha. Como foi tornado público pela Estradas de Portugal, foi anulada a construção da importantíssima variante à EN 125, em Olhão, o que é inaceitável. A data e os pormenores da marcha serão anunciados oportunamente.

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