Como
alguém diria, isto anda tudo ligado… Neste Portugal à beira-mar plantado, há pequenos
pormenores, chamemos-lhe assim, que explicam muita coisa mas em relação aos
quais andamos muitas vezes distraídos. Ora repare-se neste naco de informação contido
no texto assinado por Daniel Oliveira no Expresso Diário de ontem:
Desde o 25 de abril, e
já depois da íntima ligação com a ditadura, o último governo que não teve
alguém que tivesse trabalhado ou fosse trabalhar nas empresas do grupo Espírito
Santo foi o de Sá Carneiro. Um governo curto no tempo em que o banco era
público. Desde o 25 de abril, 34 ministros ou secretários de Estado foram
funcionários desta família. Só desde os anos 90, quando a família recuperou
primeiro a Tranquilidade e depois o então Banco Espírito Santo e Comercial de
Lisboa, trabalharam para o grupo, entre outros ministros e secretários de
Estado, Alexandre Vaz Pinto, José Silveira Godinho, Almerindo Marques, Ana Rita
Barbosa, Bernardo Trindade, Daniel Proença de Carvalho, Murteira Nabo, José
Epifânio da Franca, Leonardo Mathias, Luís Macedo, Manuel Pinho, Mário Martins
Adegas, Pedro Gonçalves, Rui Machete, Manuel Lencastre, Ernâni Lopes, António
Mexia, Maria João Bustorff, Rui Carp, Miguel Horta e Costa, José Lopes
Raimundo, Maria de Belém Roseira, João Crisóstomo Moreira e Luís Parreirão. Ficam
de fora os que foram deputados, autarcas ou dirigentes partidários.
Por tudo quanto vemos ouvimos e lemos
todos os dias, será por acaso que PS, PSD e CDS se encontram sempre
confortavelmente sentados nas cadeiras do poder, façam ao povo as malfeitorias
que fizerem de todas as vezes que por lá passam? Os verdadeiros donos do poder
em Portugal, ou seja, os senhores da finança permitiriam alguma vez que os seus
mandatários deixassem de estar presentes no Governo? Leiam-se os nomes
mencionados acima – apenas referentes ao BES –, tenha-se em atenção os que “ficam
de fora” e confiram-se as suas ligações a PS, PSD e CDS. Depois, é só fazer as
contas, como diria alguém que muito bem conhecemos…
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