Na
semana em que Ana Drago e a tendência que chefiava, a Manifesto (fundada por Miguel
Portas), abandonaram o Bloco de Esquerda, o Expresso foi ouvir um dos lideres
bloquistas, precisamente João Semedo. Da conversa publicada na edição deste
sábado (19/7) daquele semanário, destacamos os seguintes pontos e afirmações:
“Não
desvalorizo a dimensão política” da saída de Ana Drago.
“Não
está escrito nas estrelas que a esquerda vai continuar a ser minoritária. O pior
é resignarmo-nos ao PS que temos”.
No
Bloco convivem as posições mais diversas desde “o absoluto sectarismo anti-PS
ao seu oposto, aos que estão dispostos a perdoar e dar o benefício da dúvida de
que desta vez é que é, o PS vai ser um partido de esquerda”.
“Só
se condiciona o PS crescendo à sua esquerda e não fazendo um acordo com ele”.
“Reduzir
um Governo de esquerda à salvaguarda do Estado social é desistir do que é essencial
em política, que é a política económica e financeira”.
“Quando
se diz que o PS é defensor do Estado social, tem de perguntar-se também como o
vai defender, se aceita o tratado orçamental e se se predispõe a pagar os juros
da dívida”.
“Exige-se
o que já se sabe que o PS está disposto a dar. Coisa nenhuma, do meu ponto de
vista”.
“Não
vejo como esta implosão para a divisão pode ajudar a uma esquerda forte”.
“Alguém
acredita que um partido que acabou de ser constituído, uma tendência que acabou
de se dissolver e uma associação como a Manifesto, com a dimensão que tem, pode
criar à esquerda alguma coisa que possa dispensar o Bloco e o PCP?”
A encerrar a conversa, João Semedo revelou
que a moção, que já começou a ser elaborada para apresentar na próxima Convenção
bloquista, quer ser abrangente a todas as tendências e propõe a paridade absoluta
na direcção, 40 homens e 40 mulheres.
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