Foi
hoje publicada no Diário As beiras uma longa entrevista com Marisa Matias,
eurodeputada do Bloco de Esquerda, eleita em 25 de Maio para um segundo
mandato.
Deixamos
a seguir aquelas que consideramos as ideias fortes expressas na entrevista.
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Há muitos factores que contribuíram para o resultado negativo do Bloco. Uns,
seguramente por culpa própria, outros de natureza externa.
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As pessoas que tomaram conhecimento ou que foram acompanhando o trabalho feito
no parlamento Europeu independentemente de tudo o resto, mantiveram o seu voto.
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Se continuarmos com esta política de austeridade, em última instância será ela própria
a colocar-nos fora do euro.
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É certo que a Europa é mais do que a União Europeia, mas esta ascensão de
partidos de extrema-direita dita, seguramente o fim do projeto europeu.
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Valores como a coesão, a solidariedade, os direitos e a protecção dos direitos
e liberdades ficam postos em causa pela ascensão destas forças
[extrema-direita].
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As políticas de austeridade não beneficiam nenhum país nem ninguém.
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Jean-Claude Junker representa a continuidade dessa linha [de políticas de
austeridade]
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Os mercados tomaram conta da política.
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De facto há uma dominação progressiva do governo ale mão em todo o projeto
europeu.
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[Na Ucrânia] parece que se quer recuperar a guerra fria, com tudo o que isso
pode significar para a Europa e para o mundo.
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Há sectores inteiros na sociedade portuguesa que dependem desses fundos [estruturais],
como o ensino superior, a ciência, ou a cultura.
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Defendo que os novos fundos [estruturais] devem ser canalizados para as
questões de mobilidade, de transportes ferroviários que aponta num domínio da
economia essencial para nós.
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Com a crise não foi só o aumento da pobreza e das desigualdades sociais, foi ao
avanço do conservadorismo na Europa. E em relação àquilo que são os direitos
das mulheres, isso faz-se sentir em muitos países de forma dramática.
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[Este] é o primeiro Governo inconstitucional da história da democracia em Portugal.
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O primeiro-ministro nunca usou [no Conselho Europeu] o recurso ao veto para
travar as más decisões para o país.
- Há muitos deputados e
deputadas que nunca estão disponíveis
para assumir a responsabilidade de fazer legislação pelo que isso implica e
pelas negociações que são necessárias.
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