Esta outra manifestação [de trabalhadores
precários em frente ao Ministério do Trabalho, que lutam contra os atrasos no
reconhecimento do seu vínculo], jornalisticamente não existiu.
(…)
O ponto não é que não haja muitas razões
justas para sair à rua.
(…)
Dará o jornalismo a visibilidade
suficiente a esses mundos sociais, os que vivem fora dos centros, estão longe
das elites, aqueles cujo quotidiano é um trabalho feito de imposições e
sofrimentos?
A sociedade portuguesa percebeu bem que
a austeridade para muitos transferiu poder e riqueza para poucos.
(…)
Essa punição seletiva provocou uma
imensa descredibilização social das direitas tradicionais e um desgaste enorme
do seu poder.
(…)
A resposta à radicalização da direita só
pode ser a qualificação dos serviços públicos que permitam a efetividade dos
direitos de todos,…
Esta manifestação [dos
coletes amarelos] teve excepcionais condições de propaganda para sair de fora
do casulo das redes sociais.
(…)
As redes sociais estão
longe de ter o papel que se lhes atribui.
(…)
Presidente da República e
Governo, ambos alimentaram um alarmismo exagerado, com gestos que seriam
completamente contraproducentes, caso existisse mesmo o perigo de as coisas
descambarem.
(…)
O “Vamos parar Portugal”
não falhou por falta de propaganda, falhou por falta de pessoas.
Pacheco
Pereira, Público (sem
link)
O total de alunos a
frequentar o ensino universitário passou de 50 mil em finais da década de 1970
para 362 mil em 2017.
(…)
Em Portugal, a população
empregada com frequência universitária passou de cerca de 15% em 2008 para mais
de 25% em 2017.
Elísio
Estanque, Público (sem
link)
Ao tomar partido por uma
das propostas [da Lei de Bases da saúde], o Presidente da República não está a
fazer um julgamento de valor sobre os dois trabalhos em causa, o da comissão
governamental e o da ministra da Saúde, está a criar um facto político.
(…)
Nem se lembrou [o PR] de
que a lei do SNS, de 1974, teve os votos contra do PSD e do CDS.
Cipriano
Justo, Público (sem link)
Os jovens têm sido
particularmente afetados [pela precariedade], revelando o Eurostat que, em
2017, enquanto que a média europeia era de 41,3%, 63,2% dos trabalhadores
portugueses entre os 15 e os 24 anos estava em situação de contrato a termo.
(…)
Em 2017, Portugal é o
sétimo país europeu com mais trabalho a tempo parcial involuntário,
constituindo 47,5% do total dos empregados a tempo parcial.
(…)
Mais uma vez, a subida do
emprego não foi acompanhada por medidas que assegurassem a sua qualidade e
respondessem adequadamente à oferta de trabalho existente.
Ana
Terenas, Público (sem
link)
As empresas titulares [de
Almaraz] Iberdrola, Endesa e Gás Natural, e as duas primeiras apresentam-se em
Portugal, com total impunidade como vendendo energia verde, o que também fazem,
mas amanhã poderão encher-nos de radiações...
(…)
As nucleares estão a
rachar por todo o mundo, hoje mesmo quando escrevo em Inglaterra duas centrais
tiveram que parar por rachas nas cubas.
António
Eloy, Público (sem link)
Há, nesta nossa fase da
vida social, uma espécie de um critério dúplice que serve para castigar os de
baixo e para glorificar os de cima.
(…)
Um polícia que não tem
rendimento para alugar um quarto em Lisboa ou no Porto e dorme no carro não
pode reclamar aumentos para não complicar as imposições de Bruxelas.
(…)
Os que mais se insurgem
contra os que reclamam aumentos salariais são exatamente aqueles que na sua
vertigem pelo lucro deixaram o país e a Europa numa crise profunda.
Domingos Lopes, Público (sem link)
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