domingo, 16 de dezembro de 2018

MAIS CITAÇÕES (08)


Esta coisa de nos armarmos até aos dentes e de com isso se promover uma ideia de suposta segurança não é mais do que isso (mesmo).
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Devo confessar que a mim sempre me pareceu um sinal de profunda insegurança e que não percebo a ideia de que mais armas na rua são sinónimo de mais segurança.
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Quer saber-se sempre qual a nacionalidade dos criminosos e das vítimas.
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[Alimenta-se a ilusão] de que se acabarmos com as migrações acabamos com a insegurança.
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Só a paz nos pode salvar da guerra, só a eliminação das desigualdades nos pode salvar da insegurança.

Constatamos que, em geral, estas greves emergiram a partir de descontentamentos legítimos.
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De facto, foram as entidades patronais daquele porto [Setúbla] que, desrespeitando impunemente e durante anos os direitos dos trabalhadores e a lei, causaram tal prejuízo [de milhões].
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[Aos enfermeiros] os governos não responderam com medidas de necessária valorização e dignificação.
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É normal que esta greve [dos enfermeiros] seja socialmente questionável e efetivamente questionada, suscitando justificadas interrogações.
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O poder económico e financeiro obtém fabulosos lucros com os negócios na área da saúde e sabe que uma desconfiança dos portugueses no SNS tornará o negócio bem mais chorudo.
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A conquista de melhores condições de trabalho e de vida e a afirmação de direitos humanos, como o direito à saúde, é uma luta persistente e contínua.

Se foi precisamente em torno da recomposição do Estado social que os partidos à esquerda revelaram menor capacidade de entendimento, é natural que a questão se coloque cada vez mais com o aproximar de um novo ciclo político.
Pedro Adão e Silva, Expresso (sem link)

Mas os enfermeiros não são remunerados por um fundo de greve, com regras claras e que resulta de anos de trabalho de um sindicato.
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Só que a plataforma usada para esta recolha de fundos [para remunerarem os enfermeiros em greve] permite o anonimato dos dadores.
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[Fica no ar] o perigoso precedente de podermos ter financiamento anónimo de greves por concorrentes de empresas ou instituições.
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Esta greve [dos enfermeiros], liderada por movimentos inorgânicos com sindicatos feitos “na hora” abre a porta à destruição de estruturas sindicais sólodas.
Daniel Oliveira, Expresso (sem link)

A crise cresce [na Europa] com a incapacidade institucional de responder ao mal-estar social.
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Macron afirma que faltou um rei aos franceses, logo no país mais republicano da Europa, e era evidente que um dia a contradição cobraria a sua fatura. E foi agora, com o povo na rua.
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Em Paris está a exibir-se a morte da promessa de uma globalização feliz, perante um povo que descobriu que só lhe sobra a vida triste.
Francisco Louçã, Expresso Economia (sem link)

A esperança é que os governos que colocam o bem-estar no centro da sua agenda redirecionem os seus orçamentos em conformidade.
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Os dados revelam que os EUA estão repletos das chamadas armadilhas da desigualdade.
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É notável a dificuldade que existe em atuar neste sentido [de colocar as pessoas em primeiro lugar], mesmo numa democracia.
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Os interesses das empresas e outros interesses especiais procuram sempre garantir que os seus interesses venham em primeiro lugar.
Joseph E. Stiglitz, Expresso Economia (sem link)

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