De
uma longa entrevista a Mariana Mortágua que podemos ler no Diário de Notícias
de hoje, retirámos as seguintes afirmações que consideramos mais importantes:
Se num governo todos forem "Centeno", então a gestão
financeira desse governo é errada.
(…)
É um erro achar que é possível gerir um governo unicamente a
partir do Ministério das Finanças e unicamente subjugado a ultrapassar metas do
défice acordadas com Bruxelas.
(…)
Adiar investimentos que têm de ser feitos hoje é causar
ineficiências nos serviços públicos
(…)
Não podemos confundir boa gestão com menos gastos.
(…)
Quando nos dizem que não é possível fazer despesas porque não há
folga e depois há folga, porque é que as despesas não são feitas?
(…)
Porque é que não se fazem os investimentos e se opta por
internalizar a folga indo para além de metas que serviam há quatro meses, mas
hoje já não servem.
(…)
Uma coisa é o direito à progressão na carreira, que nem sequer é
igual para todos, e outra coisa é o direito à atualização salarial depois de
12% de corte ao longo de dez anos.
(…)
Privilegiar e pôr as contas públicas à frente da economia é um
erro; as contas públicas são resultado de melhor emprego, melhor salário,
melhor crescimento económico
(…)
Não fosse pelos juros da dívida, o Estado já dava lucro.
(…)
Penso que, neste momento, a prioridade são as pessoas que estão
há três anos à espera para ter uma consulta ou uma operação.
(…)
A única razão pela qual [a reestruturação da dívida pública] não
é feita é por um dogmatismo ideológico.
(…)
O país sofreu um processo de reestruturação brutal, mas a sua
dívida não foi reestruturada e, portanto, ficou com o pior dos dois mundos.
(…)
[A dívida] não se vai tornar mais sustentável se nós estivermos
sistematicamente a asfixiar a qualidade da democracia, a asfixiar a economia e
a asfixiar a qualidade dos serviços públicos.
(…)
A preocupação em parecer bem para Bruxelas tem tido
consequências em Portugal, nomeadamente nesta vertigem para ir sistematicamente
além das metas que estavam acordadas com Bruxelas.
(…)
Vários ministérios setoriais estão a perder autonomia
centralizando decisões no Ministério das Finanças.
(…)
Todos os partidos, incluindo o Partido Socialista, serão
chamados a pronunciar-se sobre esta alteração de estratégia orçamental.
(…)
[O país] precisa de um plano de investimento que eleja as suas
prioridades independentemente do quadro comunitário.
(…)
O PS tem de fazer as suas escolhas políticas.
(…)
Acho que temos de olhar para o país e perceber o que é que o
país precisa e quais são as prioridades.
(…)
O que determina maiorias políticas são ideias políticas, ideias
para o país.
(…)
O Bloco de Esquerda não luta por pastas nem por poderes dentro
de ministérios nem por ministros, luta por ideias políticas.
(…)
Quem vota no Bloco de Esquerda saberá que o que determina as
nossas decisões é sempre e será sempre o nosso programa político.
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