"Ninguém nos disse nada, vamos ter de esperar", afirmou Carlos Moreira, funcionário da Aerosoles há dez anos, ontem, à saída da fábrica, em Esmoriz.
Em causa está o não pagamento do mês de Outubro aos funcionários do grupo, notícia que caiu que nem uma bomba no seio dos trabalhadores. Uma empregada, que não se quis identificar, afirmou ao CM que não esperava por esta situação: "Andava tudo calmo. Nós só soubemos à hora do almoço, quando passou em rodapé na televisão."
O choque deixou os funcionários da fábrica de Esmoriz com poucas palavras ou mesmo sem palavras. Ontem, às cinco da tarde, hora de saída, eram poucos os que queriam falar sobre o assunto. Temiam represálias, mantinham a esperança de que a situação se resolva. "As pessoas estão assustadas, claro. Para já aguardamos pela próxima semana, a ver se surgem novos desenvolvimentos. Se não, temos de fazer qualquer coisa. Tenho dois filhos pequenos, tenho de sobreviver, não posso ficar sem emprego", desabafa a trabalhadora.
Fernanda Moreira, presidente do Sindicato do Calçado da Região Centro, esteve reunida com a administração da Investvar, grupo que gere a Aerosoles, tendo dado a próxima segunda-feira como prazo-limite para a tomada de decisão por parte do grupo: "Se não houver respostas, vamos convocar uma reunião geral de trabalhadores para definir o que fazer", afirmou ao Correio da Manhã. A situação do grupo Investvar arrasta-se há quase um ano, quando surgiram os primeiros problemas financeiros.
A fábrica em Castelo de Paiva, que emprega cem trabalhadores, está também com graves problemas e tem a produção parada. Actualmente, a dívida do grupo ascende a quarenta milhões de euros.
Está em curso um pedido de falência por parte de um credor italiano, cuja decisão final será conhecida na próxima terça-feira, dia 3 de Novembro.
Sem comentários:
Enviar um comentário