Pedro Feijó, delegado dos alunos no Conselho Pedagógico do Liceu Camões, criticou o que disse serem os «entraves que foram postos à democracia nas escolas pelas novas políticas de Educação» e «a linha de orientação errada que a Educação tomou», acusações que não mereceram qualquer reacção da ministra no discurso que fez de seguida.
«O que o Ministério fez foi tirar credibilidade à democracia dentro e fora da escola», sublinhou, apontando baterias ao novo Estatuto do Aluno, considerando que, em vez de falar dos estudantes como «os agentes construtores da escola, fala como essas pessoas iguais e padronizados, que vêm às escolas apenas para fazer os seus testes e competir por um futuro que não é garantido e que devia ser um direito».
A alusão no discurso ao novo modelo de gestão das escolas, que «tira a representatividade e o poder aos estudantes e outras classes nos órgãos de gestão, dando-o a agentes exteriores à escola», arrancou fortes aplausos dos presentes ao defender que «não podemos prescindir de direitos tão fundamentais como a eleição do director da escola e a elaboração do regulamento interno».
Pedro Feijó disse ainda que pior do qualquer lei, «foi a atitude do ministério». «Desprezou manifestações com milhares de estudantes, só por sermos menores, como se por sermos estudantes de secundário não tivéssemos uma palavra a dizer. Desprezou abaixo-assinados, incluindo um com dez mil assinaturas de estudantes, que pediram a revogação destas leis. Desprezou manifestações com várias dezenas de milhar de professores que lutavam pelos seus direitos, pelas suas escolas», afirmou Feijó, falando ao lado do presidente da República, da ministra da Educação, do director da escola e do médico João Lobo Antunes, antigo aluno da escola.
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