sábado, 24 de outubro de 2009

Ideias para debate



Questões para meditar, reflectir e debater com a finalidade de fortalecer o Bloco e de aumentar a sua influência política. Quatro pontos que me parecem pertinentes, pois o Bloco não é só dos seus dirigentes , nem só dos seus militantes mas também dos seus apoiantes/simpatizantes.

1 – Como inverter a imagem de que o Bloco é um bom partido de protesto e denúncia, mas com pouca capacidade de proposta e execução? A questão é esta: podendo ser um voto de protesto (o protesto faz parte do voto e da democracia), a questão é saber se se acumula com ele capital de queixa ou se com ele se querem mudar as coisas? Para isso, é preciso saber como fugir à sobrevalorização da estratégia mediática, que faz do Bloco refém das suas próprias qualidades retóricas, mas atrasa a construção de um projecto político mais sólido e menos dependente dos humores eleitorais? Poderá ser isso feito pelo alargamento da base militante? Pela abertura aos círculos de simpatia próximos do Bloco? Pela assunção de responsabilidades executivas? Pelas três coisas em simultâneo?

2 - Como se pode alargar a base militante com a assunção de responsabilidades executivas por parte de círculos de simpatia próximos ao Bloco sem este perder os ideais pelos quais se norteia? Ou estes ideais só são aplicados ao circulo de simpatia próximo do Bloco e não a aderentes que em alguns aspectos ideológicos defendem ideias e soluções próximas do Liberalismo - falo de temas como direitos e liberdades dos Imigrantes, Segurança, Função Pública , Escola Pública e Professores?

3 – Como fazer o alargamento da militância do Bloco de Esquerda para que esta corresponda mais à sua base social de apoio e aos seus eleitores e menos às suas origens políticas? Como, a nível local, envolver mais gente, evitando a auto-suficiência visível nas últimas autárquicas? E o que tem de ser repensado no tipo de militância tradicional para esse alargamento não ser apenas estatístico? Ou, pelo contrário, o alargamento da militância, num tempo em que o interesse pela política é reduzido, não é a resposta para a situação que vivemos?

4 – Como aprofundar a democracia interna do Bloco, que tem deixado aos militantes o papel de formiguinhas com pouca capacidade de influência nas decisões do partido? E como fazê-lo sem que isso signifique o fechamento do Bloco em si mesmo e nas suas pequenas questões internas? Como garantir que essa democracia interna não corresponde apenas a pequenas lutas e antes resulte num debate sobre as questões políticas fundamentais? Não basta decidir fazer o debate. O método usado para o fazer também é importante. Aberto ao exterior, com participações alargadas, ou mais interna com o objectivo de “arrumar a casa”?

5 – Como garantir a pluralidade interna do Bloco e, ao mesmo tempo, ir diminuindo o peso das correntes dentro do BE, dando a todos os militantes, incluindo aqueles que não são de nenhuma corrente (e que são a larga maioria do partido), os mesmos instrumentos de intervenção que aos restantes? Como garantir um partido de militantes e, já agora, de apoiantes e simpatizantes? E como conseguir que a participação de pessoas externas ao partido não diminua as garantias de democracia interna nas decisões, que exigem algum grau de filiação e de formalismo?

P.S. Alguns pontos foram retirados do Arrastão.

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