domingo, 25 de outubro de 2009

Petição aponta para "cegueira de economistas"


Paul KrugmanUm artigo do prémio Nobel da Economia Paul Krugman publicado no The New York Times de 2 de Setembro foi transformado numa petição que já reúne o apoio de 2.163 economistas de todo o mundo, entre os quais outro Nobel, Douglass North. O texto aponta para "a cegueira da profissão face à possibilidade de existência de falhas catastróficas numa economia de mercado" e sustenta que "os economistas precisam abandonar a solução (...) de supor que todos são racionais e que os mercados trabalham perfeitamente."


A petição, cujo texto reproduzimos abaixo, pode ser assinada aqui.

O texto é o seguinte:

"Poucos economistas perceberam a emergência da crise actual, mas essa falha de previsão foi o menor dos problemas. O mais grave foi a cegueira da profissão face à possibilidade de existência de falhas catastróficas numa economia de mercado. O papel da economia perdeu-se porque os economistas, enquanto grupo, se deixaram ofuscar pela beleza e elegância vistosa da matemática. Porque os economistas da verdade caíram de amores pela antiga e idealizada visão de uma economia em que os indivíduos racionais interagem em mercados perfeitos, guiados por equações extravagantes. Infelizmente, esta visão romântica e idílica da economia levou a maioria dos economistas a ignorar que todas as coisas podem correr mal. Cegaram perante as limitações da racionalidade humana, que conduzem frequentemente às bolhas e aos embustes; aos problemas das instituições que funcionam mal; às imperfeições dos mercados - especialmente dos mercados financeiros - que podem fazer com que o sistema de exploração da economia se submeta a curto-circuitos repentinos, imprevisíveis; e aos perigos que surgem quando os reguladores não acreditam na regulação. Perante o problema tão humano das crises e depressões, os economistas precisam abandonar a solução, pura mas errada, de supor que todos são racionais e que os mercados trabalham perfeitamente."

(Paul Krugman, New York Times de 2 de Setembro).

O artigo de Krugman, na íntegra, está aqui em inglês, e aqui, traduzido.

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