NEOLIBERALISMO? NÃO, DEFINITIVAMENTE
Toda a actual problemática que envolve a situação portuguesa na área económico-financeira ocultou de comunicação social o Forum Económico Mundial que reuniu em Davos cerca de dois mil participantes representando a finança e política mundiais. No encerramento desta reunião (31 de Janeiro último), os responsáveis governamentais europeus e americanos defenderam uma nova regulação do sistema financeiro.
Os arautos do neoliberalismo estão a braços com um sistema que entrou em colapso e que já não consegue esconder os estragos que – funcionando em roda livre – vem causando a toda a humanidade. Entre outros exemplos gritantes que se agudizam dia a dia temos o aumento exponencial da pobreza e as alterações climáticas.
A situação chegou a um ponto tal que as chamadas de atenção e críticas ao sistema vêm, até, de onde menos se esperava. O exemplo seguinte foi extraído de um texto de opinião (*) publicado na edição de 4/2/2010 do “Diário de Coimbra”:
“A intervenção inaugural foi feita pelo presidente francês que obteve o aplauso de dois dos participantes, ao declarar que “o especulador se sobrepôs ao trabalhador, jogando com o dinheiro dos outros, sem nenhuma criação de riqueza ou de empregos”. Defendendo um “capitalismo suave” e uma excelente leitura do texto que os seus assessores lhe preparam, SarKozy incriminou uma economia de mercado completamente livre, considerando-a “uma ameaça para os valores humanos”, enquanto o já célebre financeiro George Soros criticou a solução de injectar dinheiros públicos nas instituições financeiras, considerando-a “demasiado fácil para os bancos e demasiado cara para os contribuintes”, no que não deixa de ter razão, como não deixaremos de o constatar, a muito breve prazo.”
Para reforçar a ideia acabada de citar há que mencionar ainda uma afirmação de um Secretário de Estado de Bush, segundo o qual “é necessário abandonar os princípios do mercado livre para salvar o sistema do mercado livre”. Vinda de onde vem, uma declaração tão clara não necessita de comentários pois é o reconhecimento de que o neoliberalismo não funciona, só favorece uma minoria de privilegiados e tem de ser banido para sempre.
(*) João Marques, diplomado em Ciências da Comunicação
Luís Moleiro
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