quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Rui Pedro Soares renuncia ao cargo na PT

Por António Arnaldo Mesquita, Lurdes Ferreira, Ana Brito
Pedro Cunha

Rui Pedro Soares renunciou ao cargo de membro executivo do Conselho de Administração da PT, a decisão terá sido precipitada pela busca que magistrados do DIAP de Lisboa e investigadores da PJ de Aveiro fizeram na passada segunda-feira ao gabinete daquele gestor da PT, tendo também apreendido documentos no espaço que foi ocupado por Paulo Penedos, arguido no processo principal da Face Oculta.

A diligência resulta de uma certidão extraída do processo principal da Face Oculta e visa esclarecer as motivações e contrapartidas alegadamente concedidas pela Tagus Park ao ex-internacional e empresário Luís Figo.

Além dos dois gabinetes do ex-gestor e ex-colaborador da PT, os procuradores do DIAP de Lisboa e os polícias de Aveiro também confiscaram documentação em formato digital e em papel nas instalações da empresa, que tem como accionista principal a Câmara Municipal de Oeiras.

Quanto à decisão de renúncia de Rui Pedro Soares foi divulgada há momentos pela PT em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A comunicação é omissa quanto a eventuais compensações monetárias que possam vir a ser atribuídas ao antigo gestor.

No âmbito da alínea a) do artigo 3.º do Regulamento da CMVM n.º 5/2008 e do artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários, a Portugal Telecom anuncia que Rui Pedro Soares renunciou ao cargo de membro executivo do Conselho de Administração da PT, refere o comunicado da empresa.

A PT confirmou posteriormente, em comunicado, “que no dia 15 de Fevereiro de 2010 as suas instalações foram objecto de diligências de busca.”

“A empresa, que não está a ser investigada, prestou toda a colaboração que lhe foi solicitada”, acrescenta o comunicado da operadora de telecomunicações.

Isaltino aguarda explicações

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, que diz ter tido conhecimento das buscas à sede da Tagus Park pela comunicação social, aguarda explicações que “a Comissão Executiva não deixará de prestar num curto prazo”, realça fonte oficial do seu gabinete.

O principal accionista da Tagus Park é a Câmara de Oeiras, que detém 18 por cento do capital da sociedade anónima, seguida do Instituto Superior Técino, com 12 por cento e o BPI, com 11 por cento. A CGD e o BCP possuem, cada um, 10 por cento.

O presidente da Tagus Park, Américo Thomati,escusou-se a comentar as diligências judiciais da passada segunda-feira, afirmando que a Tagus Park “é uma empresa gerida com total transparência e de acordo com os mais exigentes padrões internacionais”.

O responsável sublinha que a empresa “presta e prestará toda a colaboração às autoridades, desde que lhe seja solicitado”.

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