terça-feira, 18 de junho de 2013

ILEGALIDADES OU O VALE TUDO DO GOVERNO



Já todos sabemos que, para este Governo de um Estado de Direito, a lei constitui uma força de bloqueio. A própria Constituição da República sofre tratos de polé e não fosse a atenção e isenção do Tribunal Constitucional já há muito que a lei fundamental teria passado a letra morta.

Na procura de meios de propaganda que denegrissem os professores perante a generalidade da população, Nuno Crato, obviamente com o apoio do Primeiro-Ministro, lançou mão de todos os meios que lhe permitissem cantar vitória perante a greve de ontem. Porém, o resultado foi exactamente o contrário, colocando contra ele pais e alunos. Sabemos hoje com mais pormenor as ilegalidades cometidas em muitos casos para que se realizasse o maior número possível de exames já que o número é o que mais conta para a propaganda. Mesmo assim, cerca de um terço dos alunos não realizou a prova de Português do 12º ano.

Socorrendo-nos do Público (edição impressa) eis algumas das ilegalidades detectadas durante a realização da prova o que, só por si mostra ao que levou a desorientação que reina neste Governo, para o qual todos os meios são bons para impor o seu autoritarismo:

Telemóveis Os telemóveis tocaram em várias salas de exame. Alguns estariam na posse de professores vigilantes. As regras de exame determinam que a posse de telemóvel implica a anulação da prova.

Ocupações Houve alunos que invadiram salas onde estavam a decorrer exames e que viram o enunciado, voltando a sair de seguida.

Portas fechadas Pelo menos numa escola os exames foram realizados à porta fechada, o que vai contra as normas.

Horário desrespeitado Em várias escolas houve salas em que o exame começou depois das 9h30, hora para a qual estava marcado, situação normalmente interdita nestas provas.

Exames em ginásios e refeitórios Há relatos de alunos concentrados em ginásios ou refeitórios, quando o máximo por sala de exame não pode exceder os 15 e apenas um por carteira.

Protestos Em escolas invadidas por alunos que não realizaram exame, os que estavam a fazer a prova foram obrigados a prosseguir apesar das canções e dos protestos entoados nos corredores.

Vigilância Estiveram em vigilância de provas pessoas que não eram professores.

Professores coadjuvantes Houve provas em escolas onde não estiveram ao serviço professores coadjuvantes, a quem compete nas escolas o contacto com o Gabinete de Avaliação Educacional e o Júri Nacional e Exames com vista ao esclarecimento de dúvidas ou problemas que surjam.

A acção do Governo na greve de ontem ultrapassou, no pior sentido, tudo o que seríamos capazes de imaginar mas constitui um alerta para o que aí poderá vir.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário